22 Setembro 2014

As autoridades turcas devem assegurar que as fronteiras do país se mantêm abertas para receber os que fogem ao conflito e aos abusos de direitos humanos na Síria e no Iraque, insta a Amnistia Internacional. O país deve, para tal, ser apoiado pela comunidade internacional.

A Turquia começou a fechar algumas das fronteiras com a Síria depois de 130.000 refugiados curdos terem entrado no país nos últimos dias. As populações procuram escapar ao avanço do grupo armado autointitulado Estado Islâmico (EI).

“O último afluxo de refugiados veio, sem dúvida, colocar ainda mais pressão sobre os recursos já sobrecarregados da Turquia. Mas tal não pode ser usado como desculpa para negar um porto seguro a quem foge aos horrores da guerra”, afirma o responsável de Direitos dos Refugiados e Migrantes da Amnistia Internacional, Sherif Elsayed-Ali.

 “Com cada vez mais refugiados a chegarem à fronteira à procura de segurança, é crucial que a comunidade internacional atue no sentido de aumentar o apoio à Turquia e aos outros países que fazem fronteira com a Síria, para que se evite mais sofrimento”, continua.

A Turquia já acolhia mais de um milhão de refugiados da Síria antes dos números deste fim de semana e tem lidado sozinha com a crise. “Os líderes mundiais foram rápidos a condenar as atrocidades cometidas pelo grupo armado Estado Islâmico no Iraque e na Síria. Agora devem dar assistência aos que fogem deste grupo”, reitera Sherif Elsayed-Ali.

A Amnistia Internacional apela aos estados que se unam na reunião da próxima semana, no Comité Executivo do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, em Genebra, para que juntos enfrentem esta crise global.

“Deve ser dada uma resposta alargada à crise dos deslocados no Médio Oriente, especialmente os que vêm da Síria e do Iraque. Tal deve incluir assistência humanitária, um plano para ajudar os países de acolhimento a lideram com as necessidades educacionais, de saúde e de alojamento dos refugiados e a reinstalação de dezenas de milhares de refugiados nos próximos anos”, defende o responsável da Amnistia Internacional.

O conflito na Síria resultou já na maior crise do mundo de deslocados à força. Os números referem que há neste momento 3,3 milhões de refugiados da Síria, tendo a grande maioria procurado refúgio nos países vizinhos. A este número somam-se 6,5 milhões de pessoas deslocadas na própria Síria.

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