26 Novembro 2025

 

  • “Qualquer perspetiva credível de fim da guerra de agressão da Rússia é bem-vinda. No entanto, um fim duradouro não deve vir a qualquer preço – especialmente se o custo for a amnistia e a impunidade para aqueles que cometeram agressões e outros crimes sob o direito internacional” – Agnès Callamard
  • A Amnistia Internacional tem vindo a documentar crimes de guerra e outras violações gravesdo direito internacional humanitário desde o início da invasão em grande escala da Ucrânia pela Rússia.
  • “A Rússia deve devolver imediatamente todas as crianças que transferiuà força da Ucrânia e libertar todos os prisioneiros ucranianos que mantém ilegalmente. Com ou sem acordo de paz, estas questões são urgentes e não devem ser negociáveis” – Agnès Callamard

 

 

Em reação às notícias de que um projeto de plano de paz apoiado pelos EUA para pôr fim à guerra de agressão da Rússia na Ucrânia está a ser intensamente discutido, a secretária-geral da Amnistia Internacional, Agnès Callamard, afirmou que “as notícias que chegam diariamente da Ucrânia são de constante tragédia e sofrimento para o seu povo. No entanto, o povo ucraniano continuou a demonstrar coragem e resiliência perante os crimes da Rússia”.

Para a secretária-geral da Amnistia Internacional, “qualquer perspetiva credível de fim da guerra de agressão da Rússia é bem-vinda. No entanto, um fim duradouro dos combates não deve vir a qualquer preço – especialmente se o custo do silêncio das armas for a amnistia e a impunidade para aqueles que cometeram agressões e outros crimes sob o direito internacional, ou um compromisso com os princípios fundamentais da ordem baseada em regras”.

Agnès Callamard defendeu ainda que “a Amnistia Internacional insta os negociadores a garantirem que os direitos humanos e a justiça centrada nas vítimas estejam no centro de qualquer acordo. Ninguém deve sofrer mais violações dos direitos humanos como resultado de qualquer acordo de paz; todas as violações em curso devem terminar agora; e as vítimas devem receber reparação pelo seu sofrimento”.

“Ninguém deve sofrer mais violações dos direitos humanos como resultado de qualquer acordo de paz; todas as violações em curso devem terminar agora; e as vítimas devem receber reparação pelo seu sofrimento.”

Agnès Callamard

Além disso, a responsável apontou ainda que “a Rússia deve devolver imediatamente todas as crianças que transferiu à força da Ucrânia e libertar todos os prisioneiros ucranianos que mantém ilegalmente, muitos dos quais desapareceram. Com ou sem acordo de paz, estas questões são urgentes e não devem ser negociáveis”.

 

Contexto

Há relatos de discussões avançadas sobre um potencial “acordo de paz” mediado pelos EUA entre a Ucrânia e a Rússia. Os detalhes não foram divulgados oficialmente, mas a comunicação social noticiou alguns dos termos propostos que, juntamente com alguns comentários oficiais, indicam que a Ucrânia está a ser pressionada a aceitar a perda de território para a Rússia e a amnistia para todos os participantes na guerra.

Há também indícios de que está a ser proposta a libertação de prisioneiros, mas os detalhes são ainda escassos.

A Amnistia Internacional tem vindo a documentar crimes de guerra e outras violações graves do direito internacional humanitário desde o início da invasão em grande escala da Ucrânia pela Rússia. Incluem-se ataques deliberados contra civis e infraestruturas civis pelas forças russas, bem como violações contínuas dos direitos humanos no território ocupado pela Rússia, tais como a transferência forçada e deportação de civis, incluindo crianças, detenções arbitrárias e desaparecimentos forçados, tortura e outros maus-tratos, e negação de julgamento justo, tanto a detidos civis como a prisioneiros de guerra.

 

Perguntas Relacionadas

O que defende a Amnistia Internacional em relação ao plano de paz para a Ucrânia?

A Amnistia Internacional alerta que qualquer plano de paz para a Ucrânia não deve ignorar a justiça nem a responsabilização pelos crimes cometidos durante o conflito. A organização sublinha que a paz não pode ser alcançada à custa da impunidade, devendo os responsáveis por violações dos direitos humanos ser levados a tribunal.

Por que é importante que um acordo de paz na Ucrânia inclua medidas de justiça?

Segundo a Amnistia Internacional, a justiça é um pilar essencial para uma paz duradoura. Sem responsabilização pelos crimes de guerra, crimes contra a humanidade ou outras violações graves, as vítimas não obtêm reparação e corre-se o risco de repetir abusos no futuro. A impunidade pode ainda alimentar novos ciclos de violência.

Que tipo de crimes devem ser investigados no contexto da guerra na Ucrânia?

A organização destaca a necessidade de investigar e julgar crimes de guerra, crimes contra a humanidade e outras violações graves do direito internacional, como execuções sumárias, tortura, ataques indiscriminados a civis e deportações forçadas, entre outros.

Qual é o risco de um plano de paz que não exija responsabilização?

A Amnistia Internacional adverte que um acordo que ignore a justiça pode normalizar a impunidade, enviando a mensagem de que os crimes cometidos não têm consequências. Isto poderia incentivar futuras violações e deixar as vítimas sem acesso a verdade, justiça ou reparação.

Que papel devem ter as vítimas num processo de paz na Ucrânia?

A organização enfatiza que as vítimas e os sobreviventes devem estar no centro de qualquer processo de paz. Os seus direitos à verdade, justiça e reparação devem ser garantidos, e as suas vozes devem ser ouvidas nas negociações para assegurar que o acordo reflete as suas necessidades e preocupações.

Como pode a comunidade internacional contribuir para a justiça na Ucrânia?

A Amnistia Internacional apela à comunidade internacional para que apoie os mecanismos de justiça existentes, como o Tribunal Penal Internacional, e pressione todas as partes envolvidas no conflito a cooperarem com investigações independentes. Além disso, deve garantir que qualquer acordo de paz inclua cláusulas que assegurem a responsabilização pelos crimes cometidos.

⚠️ Este painel de questões relacionadas foi criado com IA mas revisto por um humano.

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