27 Setembro 2021

Antecipando a primeira reunião UE/Arábia Saudita sobre direitos humanos que se realiza hoje, 27 de setembro, a Amnistia Internacional apelou aos líderes da União Europeia para que responsabilizem o governo da Arábia Saudita pela sua campanha de silenciamento da dissidência, que se tem acelerado nos últimos meses. 

A organização de direitos humanos pede também à UE que reconheça o papel crucial da sociedade civil saudita, que enfrenta uma ofensiva de perseguições, detenções arbitrárias e outras formas de perseguição contra o seu trabalho legítimo em matéria de direitos humanos.  

“A UE deve aproveitar esta oportunidade para fazer perguntas difíceis às autoridades sauditas sobre as suas violações de direitos humanos, e não as deixar branquear o seu registo atroz. As execuções e os julgamentos punitivos, suspensos durante a presidência saudita do G20 no ano passado, rapidamente foram retomados quando as luzes da ribalta se apagaram. A UE precisa de defender publicamente todas as pessoas que defendem os direitos humanos e pronunciar-se contra a repressão do governo sobre a liberdade de expressão na Arábia Saudita”, afirmou Eve Geddie, diretora do Gabinete da UE da Amnistia Internacional.  

“As execuções e os julgamentos punitivos, suspensos durante a presidência saudita do G20 no ano passado, rapidamente foram retomados quando as luzes da ribalta se apagaram”

Eve Geddie

“Os defensores de direitos humanos arbitrariamente detidos apenas por exercerem o seu direito à liberdade de expressão na Arábia Saudita devem ser imediatamente libertados. A União Europeia deve ser firme na defesa destas pessoas corajosas, que procuram salvaguardar os direitos de todos no país”, referiu ainda Eve Geddie.  

A União Europeia deve ser firme na defesa destas pessoas corajosas, que procuram salvaguardar os direitos de todos no país

Eve Geddie

Contexto 

Os defensores de direitos humanos sauditas da diáspora, que procuram trazer mudanças ao seu país, propõem uma Visão do Povo para a Reforma (VPR), onde delineam 13 reformas estruturais que querem ver implementadas no seu país. Antes do G20, vários ativistas apresentaram a VPR como o capítulo em falta da “Visão 2030 da Arábia Saudita”, o projeto do Príncipe Herdeiro para as reformas económicas e sociais. A VPR integra, de acordo com os defensores de direitos humanos, “uma visão popular fundamental para a reforma na Arábia Saudita, que se centra nos direitos humanos e na justiça social e as apresenta como as referências mais importantes para a reforma”. 

 

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