18 Dezembro 2014

 

Dia Internacional dos Migrantes

 

É um migrante o mesmo que um imigrante? E são as migrações boas ou más para a economia mundial? Conhece alguns migrantes famosos? Descubra tudo isto agora, ao assinalarmos o Dia Internacional dos Migrantes, 18 de dezembro.

1.   Qual a diferença entre um imigrante e um migrante?

Todos os imigrantes são migrantes, mas nem todos os migrantes são imigrantes. E, para tornar tudo ainda mais complicado, também há emigrantes. Aprenda a distinguir: um migrante é alguém que se desloca dentro do seu próprio país ou de um país para outro, frequentemente com o propósito de arranjar trabalho ou reunir-se a familiares, por razões de pobreza ou devido a uma situação de crise. Um indivíduo oriundo de Itália que vai viver para Espanha é emigrante na Itália (no país de partida) e imigrante em Espanha (no país de chegada). Uma pessoa pode ser designada “migrante internacional” quando tem uma nacionalidade diferente da do país onde reside ou se nasceu num país diferente daquele em que vive. “Imigrante” e “migrante” são duas palavras frequentemente usadas como sinónimos e tendem a ser confundidas com a expressão “requerente de asilo”. (mais no ponto 5).

2.   Quantos migrantes há atualmente no mundo?

Uns 232 milhões de pessoas viviam em 2013 fora do país em que nasceram, e mais 700 milhões migraram dentro dos seus próprios países. As principais rotas mundiais de migração são do México para os Estados Unidos (12.2 milhões até agora), da Ucrânia para a Federação Russa (3.7 milhões) e na direção oposta (3.5 milhões), e ainda da Alemanha para os Estados Unidos (1.3 milhões). Do total de migrantes no mundo, 36% deslocam-se entre países do Sul do globo, e 35% da região Sul para os países do Norte. Segundo uma sondagem recente, os migrantes oriundos dos países do Norte do mundo são os mais felizes.

3.   E quantos migrantes existem onde vive?

A maior parte dos migrantes internacionais residem na Europa (72 milhões), seguindo-se a Ásia (71 milhões) e a América do Norte (53 milhões). A probabilidade é que se faça uma estimativa bem mais elevada do que a realidade sobre o número de migrantes que vivem em cada país: uma consulta de opinião feita em 14 países concluiu que muitas pessoas pensam que os imigrantes constituem uma parte muito maior da população do que o fazem na verdade. Em Itália, por exemplo, os inquiridos responderam que 30 em cada 100 pessoas no país eram imigrantes – e a resposta certa é sete.

4.   São os migrantes positivos ou negativos para a economia mundial?

O Banco Mundial sustenta que as migrações internacionais são positivas porque os trabalhadores podem deslocar-se para locais onde serão mais produtivos. E o dinheiro que os migrantes enviam para o país de origem nos países em desenvolvimento (as chamadas remessas), equivale a três vezes mais do que os governos gastam em ajuda ao desenvolvimento: uns estimados 404 mil milhões de dólares (mais de 324 mil milhões de euros) em 2013. Somando aqui as remessas enviadas por migrantes a residentes em países com elevados rendimentos, aquele número dispara para os 542 mil milhões de dólares (quase 435 mil milhões de euros).

5.   Em que medida é que um migrante é diferente de um refugiado ou de um requerente de asilo?

Um refugiado é alguém que recebeu autorização para viver num país diferente do de origem ou de residência porque o Governo desse país não pode ou não quer proteger esse indivíduo de violações de direitos humanos. Já o requerente de asilo tem a particularidade de ter apresentado requerimento para permanecer num outro país diferente de onde é oriundo, com os mesmos fundamentos, mas não recebeu ainda do Estado de acolhimento o reconhecimento do seu estatuto de refugiado.

6.   Qual é a posição da Amnistia Internacional sobre os migrantes?

Os migrantes são frequentemente usados como bodes expiatórios por políticos e órgãos de comunicação social que os descrevem como “imigrantes ilegais”, “intrusos” e até mesmo “invasores” que abusam da generosidade dos países que os acolhem. Isto gera a ideia de que os migrantes não têm direitos e conduz a racismo e discriminação. A Amnistia Internacional quer dissipar estes mitos, concentrando-se nos elementos positivos que os migrantes trazem com eles, incluindo as suas aptidões, recursos e diversidade. A organização de direitos humanos trabalha também para proteger os migrantes mais vulneráveis de abusos e exploração por parte dos empregadores, traficantes e contrabandistas.

7.   E migrantes famosos?

Há mesmo milhões no mundo inteiro. Eis os nomes de alguns: o jogador de futebol da Primeira Liga britânica Didier Drogba (oriundo da Costa do Marfim), a atriz naturalizada norte-americana Mila Kunis (da Ucrânia), Najat Vallaud-Belkacem, a primeira ministra da Educação em França (de Marrocos). Em Portugal: o velocista Francis Obikwelu, com cidadania portuguesa desde 2001 (da Nigéria). De Portugal para o mundo: o futebolista Cristiano Ronaldo, que já viveu e trabalhou no Reino Unido e em Espanha. E o mais célebre migrante de todos atualmente no mundo: muito provavelmente é o Papa Francisco (oriundo da Argentina).

 

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