Esta petição foi encerrada.
Foram enviadas 1.128 assinaturas para o Embaixador da China em Portugal, para que transmita a nossa mensagem às autoridades chinesas. A Amnistia Internacional irá continuar a acompanhar o estado dos direitos humanos na China e, em particular, na região de Xinjiang.
Obrigada pela sua ação.
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Alguns pais uigures foram separados das suas crianças como consequência da repressão sem precedentes que as populações de minoria étnica sofrem na China, na região de Xinjiang. Junte o seu nome a este apelo e, juntos/as, vamos pressionar a China a terminar com esta separação.
Mihtiban e Ablikim fugiram de Xinjiang para Itália, em 2016, depois de terem sido ameaçados pela polícia e pressionados a entregarem os seus passaportes. Deixaram os seus quatro filhos ao cuidado temporário dos avós mas, pouco tempo depois, a avó foi levada para um campo de internamento, enquanto o avô foi interrogado pela polícia.
Em novembro de 2019, o casal recebeu autorização do governo italiano para que os filhos se juntassem a eles. Contudo, as quatro crianças (com idades entre os 12 e os 16 anos) tiveram de viajar sozinhas e atravessar a China até ao Consulado italiano em Shangai, para se candidatarem a um visto italiano. Infelizmente, foram apanhadas pela polícia e devolvidas ao orfanato e ao colégio interno em Xinjiang.
A história de Mihtiban e Ablikim é trágica mas não é a única. Muitos pais uigures que vivem fora da China tiveram de deixar uma ou mais crianças ao cuidado de familiares em Xinjiang. Alguns pais souberam entretanto que as suas crianças tinham sido levadas para “campos de órfãos” ou para colégios internos, após os familiares que cuidavam dos seus filhos terem sido detidos.
A campanha de detenção em massa em Xinjiang tem impedido que estes pais uigures regressem à China para que eles próprios possam cuidar dos seus filhos. Também contribuiu para que se tornasse praticamente impossível levarem as crianças para junto de si, dado que os passaportes delas foram negados ou confiscados.
Assine este apelo. Juntos/as vamos instar as autoridades chinesas a garantirem que as crianças são autorizadas a sair da China, para se poderem reunir com os seus pais e irmãos que vivem na diáspora, caso seja esse o seu desejo.
Todas as assinaturas serão enviadas pela Amnistia Internacional.
Texto da carta a enviar
Caro Presidente Xi:
Foi com surpresa que soube das denúncias de que alguns pais uigures foram separados das suas crianças durante anos, como resultado de uma repressão sem precedentes a populações étnicas em Xinjiang.
Desde 2017, cerca de um milhão de pessoas foram arbitrariamente detidas em centros de “transformação-através-da-educação” ou de “formação vocacional” em Xinjiang, onde têm sido submetidas a várias formas de tortura e maus tratos, incluindo doutrinação política e assimilação cultural forçada. Esta campanha de detenção em massa, combinada com uma repressão sistémica, tem impedido que pais uigures possam regressar à China para cuidarem dos seus filhos e contribuiu para que se tornasse praticamente impossível a saída destas crianças da China, para se reunirem com os pais no estrangeiro. Alguns pais uigures acreditam que as suas crianças possam ter sido levadas para “campos de órfãos” geridos pelo estado ou para colégios internos, quando os familiares que cuidavam delas foram detidos.
Apelo a que garanta que as crianças possam sair da China para se reunirem, tão depressa quanto possível, com os seus pais e irmãos que vivem no estrangeiro, se esse for o seu desejo.
Atentamente,
Letter content
Dear President Xi,
I am alarmed to learn of the reports that some Uyghur parents have been separated from their children for years as a result of the unprecedented crackdown on ethnic populations in Xinjiang.
Since 2017, an estimated one million or more people have been arbitrarily detained in “transformation-through-education” or “vocational training” centres in Xinjiang, where they have been subjected to various forms of torture and ill-treatment, including political indoctrination and forced cultural assimilation. This mass detention campaign combined with systematic repression have prevented Uyghur parents from returning to China to take care of their children themselves and made it nearly impossible for their children to leave China to reunite with them abroad. Some Uyghur parents believe their children may have been taken to state-run “orphan camps” or boarding schools when the relatives taking care of them were detained.
I therefore call on you to ensure that children are allowed to leave China to be reunited as promptly as possible with their parents, if that is preferred by them, as well as with siblings already living abroad.
Yours sincerely,