- No Dia Mundial do Saneamento, Amnistia Internacional recorda o caso de Unecebo Mboteni, que morreu ao cair numa latrina num jardim de infância na África do Sul
- O caso de Unecebo não é único: desde 2018, duas outras crianças morreram em jardins de infância sul-africanos em situações semelhantes
- Unecebo é um dos casos da Maratona de Cartas, iniciativa da Amnistia Internacional que decorre até 31 de dezembro e mobiliza milhões de pessoas em todo o mundo para escrever cartas, assinar petições ou enviar mensagens de solidariedade com as pessoas e comunidades em risco
No Dia Mundial do Saneamento, que se assinala a 19 de novembro, e foi criado pela ONU para consciencializar as pessoas para a importância do acesso universal ao saneamento básico, incluindo água potável, tratamento de esgotos e gestão de resíduos, a Amnistia Internacional recorda o caso e exige justiça para Unecebo Mboteni, uma criança sul-africana de três anos que morreu, em 2024, após cair numa latrina no seu jardim de infância na África do Sul.
Um ano após a sua morte, a família de Unecebo ainda não tem respostas. A Amnistia Internacional lançou uma petição — no âmbito da sua iniciativa Maratona de Cartas — a apelar a todas as pessoas que exijam também que a investigação sobre a morte de Unecebo seja concluída rapidamente, que o resultado seja divulgado publicamente e que os responsáveis sejam levados à justiça.
A Amnistia Internacional lançou uma petição — no âmbito da sua iniciativa Maratona de Cartas — a apelar a todas as pessoas que exijam também que a investigação sobre a morte de Unecebo seja concluída rapidamente, que o resultado seja divulgado publicamente e que os responsáveis sejam levados à justiça.
Para isso, a organização tem a decorrer, desde o dia 20 de outubro, a 24ª edição da Maratona de Cartas, o maior evento de direitos humanos organizado pela Amnistia Internacional em todo o mundo. Até 31 de dezembro, milhões de pessoas são mobilizadas para que atuem em defesa de pessoas e comunidades que veem os seus direitos humanos violados, como é o caso de Unecebo Mboteni.
Milhões de pessoas são convidadas a escrever cartas, assinar petições, organizar eventos, partilhar informação nas redes sociais, gravar vídeos ou criar desenhos para demonstrar solidariedade com as pessoas e comunidades em risco, fazer donativos e juntar-se ao movimento.
O grande objetivo da Maratona de Cartas é fazer frente à injustiça e contribuir para um mundo mais justo.
Unecebo não é caso único
Nenhum pai ou mãe deveria ter de enterrar o seu filho porque o governo ignorou o seu direito básico à segurança. Em abril de 2024, Unecebo, de três anos, morreu após cair numa latrina no seu jardim de infância na África do Sul.
Esta tragédia poderia ter sido evitada. Desde 2018, outras duas crianças morreram após caírem em latrinas na província do Cabo Oriental, na África do Sul. No entanto, a perda destas jovens vidas não foi suficiente para garantir a erradicação de todas as latrinas nas escolas, incluindo jardins de infância.
Na África do Sul, a educação — e a segurança — de uma criança ainda depende do local onde nasceu, da sua riqueza e da cor da sua pele. Como disse o pai de Unecebo, “o meu filho morreu numa armadilha mortal criada para pessoas pobres”.
“O meu filho morreu numa armadilha mortal criada para pessoas pobres.”
Pai de Unecebo
Um ano depois, a família não recebeu qualquer comunicação da direção do jardim de infância ou do Departamento de Educação Básica sobre se a latrina em que o pequeno Unecebo caiu foi removida, muito menos sobre o andamento da investigação sobre a sua morte.
Esta falta de informação é dolorosa e alarmante. Se a latrina ainda estiver em funcionamento, coloca a vida de outras crianças em risco. Em vez de respostas sobre como este trágico incidente aconteceu, a família de Unecebo foi recebida com silêncio — expondo a recusa das autoridades em prestar contas pelo seu fracasso em proteger o direito dele à vida.
Unecebo perdeu a vida num local onde deveria estar seguro. A sua família merece respostas.
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