26 Novembro 2014

A crise de migrantes e refugiados na travessia do Mar Mediterrâneo é o tema central do XI Congresso Internacional do Conselho Português para os Refugiados (CPR), que esta quinta-feira, 27 de novembro, vai pôr em debate ideias e experiências na Fundação Calouste Gulbenkian.

O evento, numa parceria do CPR com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), e intitulado “Mediterrâneo, a última Fronteira”, analisará os cada vez mais complexos fluxos migratórios para as fronteiras europeias e os desafios quedaí emergem em matéria de direitos humanos, no âmbito das questões de asilo, de refugiados e de deslocados internos.

A Amnistia Internacional mantém uma campanha vigorosa de defesa dos direitos humanos dos refugiados e migrantes e chamadas de alerta constantes aos responsáveis pelas políticas de imigração na União Europeia. O ano de 2014, de resto, vai ficar marcado por um recorde cruel e sombrio com o mais elevado número de mortes de migrantes e refugiados jamais registadas no Mar Mediterrâneo, nas rotas marítimas perigosas e com consequências trágicas na sua busca por segurança na Europa.

O ACNUR estima que mais de 165 mil refugiados e migrantes cruzaram o Mediterrâneo em 2014, até ao final de setembro – mais 100.000 que em todo o ano de 2013. E naqueles nove meses, cerca de 3000 pessoas perderam a vida ou desapareceram na travessia, mais 2400 do que o ano passado.

Metade daqueles que fazem a travessia marítima para a Europa são oriundos da Síria e da Eritreia, e a esmagadora maioria são refugiados de zonas mergulhadas em conflito ou que fogem de perseguição. Em 2013 registou-se um aumento acentuado no número de pessoas que atravessaram o Mediterrâneo e essa tendência revelava-se duradoura devido à guerra na Síria, à continuada repressão na Eritreia e à deterioração política e de segurança na Líbia.

Neste XI Congresso Internacional do CPR, de entrada livre, peritos portugueses e internacionais vão avaliar todos os desafios que estas pessoas enfrentam no Mediterrâneo, assim como as respostas necessárias para esta crise humanitária.

 

 

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