23 Novembro 2016

A ReAJ-Rede de Ação Jovem da Amnistia Internacional Portugal leva este sábado, 26 de novembro, ao Terreiro do Paço, em Lisboa, uma ação solidária e de mobilização dos cidadãos para a defesa dos direitos humanos dos refugiados, com a recriação de um acampamento, num gesto que repudia as políticas e práticas dos governos que estão a falhar a milhões de pessoas em fuga da guerra e da perseguição – e, em contraposição, diz “Eu Acolho”.

Neste campo de refugiados simbólico, com mais de uma dezena de tendas, coletes e boias salva-vidas, a ReAJ vai dar a conhecer as histórias e testemunhos de pessoas que tentam chegar a refúgio seguro, contando a experiência pela qual passam em tantos campos de Idomeni a Lesbos, na Grécia, até Calais, em França, e Gaziantep, na Turquia.

A ação decorre a partir das 15h e até às 18h, de 26 de novembro, sábado, no Terreiro do Paço – e quer, assim, dar voz a refugiados, requerentes de asilo e migrantes que, pelo mundo fora, estão encurralados e em condições deploráveis.

A Amnistia Internacional bate-se pela adoção de políticas de migração mundiais norteadas pela partilha solidária da responsabilidade na atual crise global de refugiados que, a ascender a mais de 21 milhões de pessoas pelo mundo inteiro forçadas a fugir dos seus países de origem devido a guerra ou perseguição, constitui já a mais grave desde a II Guerra Mundial.

Para a organização de direitos humanos é crucial que os governos avancem com soluções práticas que permitam reinstalar 10% da população mundial de refugiados por ano e, no contexto da União Europeia, em particular, recolocar, de acordo com critérios de distribuição justa por todos os Estados-membros, pelo menos 66 mil pessoas até ao final de 2017, a maioria das quais se encontram na Grécia e em Itália.

Cerca de um milhão de refugiados e requerentes de asilo entraram na Europa em 2015 e uma em cada duas pessoas que atravessaram o mar Mediterrâneo no ano passado rumo ao espaço europeu – meio milhão de pessoas – eram sírios a tentar escapar do conflito armado no seu país. Mais de 80% das pessoas que chegaram à Europa em 2015 vieram da Síria, Afeganistão, Eritreia e Iraque, países devastados por conflitos e violações de direitos humanos em larga escala.

Neste contexto de imperiosa mudança de políticas e práticas, mas também da opinião pública, a Amnistia Internacional tem em curso uma campanha global instando todos e cada cidadão a dar a resposta digna a esta crise e, com ela, definir o tipo de mundo em que vivemos, num primeiro gesto de recusa do medo e do preconceito, com a assinatura do manifesto “Eu Acolho”.

Artigos Relacionados