5 Abril 2007

Cinco anos após a assinatura do acordo de paz entre o governo angolano e a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), dezenas de milhares de pessoas deslocados em consequência do conflito armado, ainda vivem em condições degradantes nos arredores de Luanda.

Desde 2001, pelo menos 10.000 famílias foram vítimas de violações dos direitos humanos quando foram forçadas a abandonar as suas casas sem aviso prévio e sem que lhes tenham sido oferecidas alternativas. Centenas de pessoas continuam, ainda, sem casa e vivem em casas-abrigo, sem acesso a água potável, saneamento ou outras condições mínimas.

Neste 5º aniversário, a Amnistia Internacional mostra-se preocupada com as vítimas de despejos forçados, que continuam a viver nas ruínas das suas casas, demolidas num período entre Setembro de 2004 e Maio de 2006. 

A 4 de Abril de 2002, foi assinado o cessar-fogo que pôs termo a 27 anos de guerra civil. Durante estes anos, centenas de milhar de pessoas foram deslocadas para Luanda onde se instalaram em alojamentos provisórios. Mas 5 anos depois, a procura, tanto pública como privada, de terra em Luanda aumentou. Milhares de famílias pobres estão a ser despejadas à força das suas casas para dar lugar a poderosos interesses económicos. 

A AI apela ao governo angolano que respeite os direitos humanos, garantindo que todas as vítimas dos despejos serão compensadas, atribuindo-lhes alojamento adequado. A organização apela também às autoridades que adiem estes despejos até que exista uma política alternativa de realojamento.

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