2 Fevereiro 2021

As forças de segurança de Angola mataram pelo menos dez manifestantes, na localidade mineira de Cafunfo, na província de Lunda Norte. O número de vítimas pode ser superior, já que continuam desaparecidas várias pessoas.

“A Amnistia Internacional pode confirmar que, desde 30 de Janeiro, as forças de segurança angolanas mataram pelo menos dez pessoas”, afirma a diretora-adjunta para a África Austral da Amnistia Internacional, Muleya Mwananyanda. A mesma responsável alerta ainda que “as autoridades continuam a perseguir manifestantes pacíficos cujo único ‘crime’ tem sido contestar as condições de vida deploráveis”.

“As autoridades continuam a perseguir manifestantes pacíficos cujo único ‘crime’ tem sido contestar as condições de vida deploráveis”

Muleya Mwananyanda, diretora-adjunta para a África Austral da Amnistia Internacional

O diretor-executivo da organização não-governamental OMUNGA, João Malavindele, explica que “o número exato de mortos não é conhecido, pois a maioria dos manifestantes continua desaparecida”. “Relatos não confirmados indicam que mais ativistas estão desaparecidos e que alguns corpos podem ter sido atiradospara o rio Cuango, nos últimos dois dias”, descreve.

“As autoridades angolanas devem lançar uma investigação rápida, completa, independente, eficaz e transparente sobre as mortes e levar os suspeitos à justiça, através de julgamentos justos”

João Malavindele, diretor-executivo da OMUNGA

“Um vídeo que circula nas redes sociais, gravado na manhã de 30 de janeiro, mostra vários corpos no chão, enquanto um agente da polícia pontapeia e pisa a cabeça de uma vítima gravemente ferida”, acrescenta João Malavindele.

“As autoridades angolanas devem lançar uma investigação rápida, completa, independente, eficaz e transparente sobre as mortes e levar os suspeitos à justiça, através de julgamentos justos que cumpram os padrões internacionais. As vítimas e as suas famílias devem ter acesso à justiça e mecanismos efetivos de reparação”.

A Amnistia Internacional e a OMUNGA têm denunciado o uso de força excessiva, abusiva e mesmo letal pelas forças de segurança angolanas durante a aplicação das medidas de saúde pública no âmbito da prevenção da COVID-19 e manifestações pacíficas. As duas organizações registaram 11 mortos, em 2020, mas o número será provavelmente superior.

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