8 Agosto 2013

Nas últimas noites Cristina e Maria dormiram na rua com os filhos. São algumas das dezenas de pessoas de etnia cigana que estão sem teto desde segunda-feira, 5 de agosto, porque as autoridades romenas demoliram as suas casas.

“Vivia aqui há 10 anos”, diz Cristina, mãe solteira de seis crianças, sobre a casa que tinha em Craica, um bairro informal na cidade de Baia Mare, Roménia, onde está uma das maiores comunidades de pessoas de etnia cigana do país. Maria continua: “Agora dormimos na rua. Há ratos e, se o tempo piorar, não temos para onde ir. E não sou apenas eu, há muitas pessoas nesta situação”.

Mais concretamente, 15 famílias – pelo menos 60 pessoas. As ordens de demolição, emitidas pela polícia, chegaram a cerca de 30 famílias sexta-feira, 2 de agosto, e diziam que as casas não tinham autorização de construção e que, por isso, deviam ser demolidas até 5 de agosto.

“A situação dos que foram forçados a sair das suas casas é desesperante. Muitos descreveram como a polícia chegou com as escavadoras para demolir as suas casas”,  lamenta Jezerca Tigani, Diretora Adjunta do Programa da Amnistia Internacional para a Europa e a Ásia Central.

A responsável acrescenta que estes “desalojamentos são proibidos pela legislação internacional a que a Roménia está vinculada. Um desalojamento só pode ocorrer depois de consulta apropriada aos implicados e de lhes ser oferecida habitação alternativa adequada”.

As ordens de demolição diziam que se os moradores demolissem as suas próprias casas seriam autorizados a construir novas, noutra zona de Craica. Três famílias cumpriram a ordem e não receberam alojamento alternativo. Têm agora medo de construir novas casas e de serem vítimas de futuros desalojamentos.

A polícia e as duas escavadoras ainda estão no local e Jezerca Tigani teme: “Estamos extremamente preocupados com as centenas de pessoas que permanecem no estabelecimento informal, incluindo crianças, que podem ser desalojadas a qualquer momento”.

Por isso, a Amnistia Internacional lança agora uma petição dirigida ao Presidente do município de Baia Mare, pedindo que pare de imediato os desalojamentos forçados e providencie habitação adequada às pessoas que foram forçadas a ficar sem teto. Assine aqui.

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