11 Janeiro 2023

A Conselheira de Política Climática da Amnistia Internacional, Chiara Liguori, reagiu esta terça-feira ao relatório Copernicus Global Climate, da União Europeia, que demonstra que 2022 foi o 5º ano mais quente registado a nível mundial e o 2º mais quente de sempre na Europa, em virtude dos elevados níveis de gases que geram o efeito de estufa.

A conselheira da organização afirma que relatório expõe “a gravidade crescente da crise climática que já está a resultar em sofrimento humano a uma escala vasta e alarmante”, recordando que milhões de pessoas foram afetadas por acontecimentos climáticos extremos em 2022, “incluindo inundações catastróficas no Paquistão, África Austral e Ocidental, seca severa na África Oriental, ondas de calor na China e Índia, temperaturas recorde no Verão em toda a Europa, e a devastação provocada pelo furacão Ian em Cuba e na Florida”.

“A maioria dos estados e empresas continuam a expandir a produção de combustíveis fósseis e não estão a pôr em prática estratégias de descarbonização e medidas de transição suficientemente rápidas”

Chiara Liugori

Chiara Liguori considera “chocante que, apesar do conjunto significativo e inequívoco de provas de que as alterações climáticas estão a acelerar, a maioria dos estados e empresas continuam a expandir a produção de combustíveis fósseis e não estão a pôr em prática estratégias de descarbonização e medidas de transição suficientemente rápidas”.

“A relutância dos Estados na COP27 que se comprometerem a eliminar rapidamente todos os combustíveis fósseis foi uma falha coletiva na salvaguarda dos direitos humanos e do direito universal a um ambiente limpo, saudável e seguro”, sublinha.

A Conselheira de Política Climática da Amnistia Internacional lamenta que “2023 deva ser o ponto em que as emissões finalmente atingem o seu pico”, defendendo que “todos os Estados, particularmente os maiores emissores de carbono, devem implementar urgentemente medidas para ajudar a quebrar a escalada global dos combustíveis fósseis que está a devastar o mundo”, refere.

 

Contexto

O relatório Copernicus Global Climate, divulgado esta terça-feira, concluiu que a temperatura média anual a nível mundial em 2022 foi de 0,3°C acima do seu período de referência, entre 1991 e 2020, e aproximadamente 1,2°C acima do período entre 1850 e 1900. A concentração média anual de dióxido de carbono atmosférico era de 417 partes por milhão em 2022, e 1894 partes por bilião para o metano. O Copernicus Climate Change Service faz parte do Programa de Observação da Terra da União Europeia.

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