1 Abril 2013

Numa situação profundamente cínica, a Coreia do Norte, o Irão e a Síria impediram a adoção por consenso do Tratado de Comércio de Armas que estava em discussão nas Nações Unidas nas últimas duas semanas, disse a Amnistia Internacional.

O documento pretendia proibir os estados de transferirem armas convencionais para países onde estas pudessem ser usadas para cometer genocídios, crimes contra a humanidade e crimes de guerra. Os três países já usaram armas para atingir a população civil, atrocidades que o tratado pretendia prevenir, e são atualmente alvo de sanções por parte da ONU, incluindo embargo de armas.

“A posição da Coreia do Norte, do Irão e da Síria é inaceitável”, refere Brian Wood, responsável da Amnistia Internacional para o controlo de armas e direitos humanos. Widney Brown, Diretora Sénior de Política e Direito Internacional da Amnistia Internacional, acrescenta: “O bloqueio deste documento histórico demonstrou os desafios que a sociedade civil e os governos que apoiam o tratado enfrentaram durante as negociações”.

Com a impossibilidade de atingir o consenso, o documento deverá ser adotado na Assembleia que decorre na ONU através do voto favorável da maioria dos países. Porém, ao destruir o consenso que se pretendia em torno do tratado, os três países mostraram o quão frágil ele será.

Apesar do apoio de muitos estados ao documento, ainda há países que usam os interesses económicos, o poder político e o argumento da soberania para justificar atos repressivos, como matar os seus próprios civis.

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