25 Setembro 2013

Mais um sinal de que a Rússia suprime qualquer forma de liberdade de expressão foi agora dado, com a transferência de Nadezhda Tolokonnikova (conhecida por Nadia), da banda punk Pussy Riot, para o regime de solitária depois de se ter queixado das condições prisionais.

“A administração da prisão alega que Nadezhda foi colocada em isolamento para sua proteção, mas a Amnistia Internacional está preocupada que esta possa ser mais uma forma de punição por exigir que os seus direitos, e o de outras prisioneiras, sejam respeitados”, disse Sergei Nikitin, Diretor da Amnistia no escritório de Moscovo.

A decisão surge após a artista ter entrado em greve de fome e escrito uma Carta Aberta onde descreve os abusos cometidos na prisão onde se encontra, incluindo o caso de prisioneiras forçadas a trabalhar demasiadas horas em condições equiparáveis a “escravatura”. Revelou ainda ameaças de morte por parte de um dirigente da prisão e de outras reclusas.

As autoridades prisionais negam as denúncias e alegam que as condições em solitária são melhores que nas selas partilhadas. Nadezhda Tolokonnikova referiu ao seu advogado que está num local gélido, com pouca luz e acesso apenas a água fria. Disse ainda que as normas da prisão a impedem de se sentar na cama durante o dia.

Nadezhda Tolokonnikova e Maria Alekhina, ambas das Pussy Riot, estão a cumprir dois anos de prisão em centros de detenção diferentes. Foram condenadas por “hooliganismo por motivos de ódio religioso”, depois de terem tocado uma canção de protesto na maior catedral ortodoxa de Moscovo, em fevereiro de 2012.

 

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