29 Maio 2015

A Escola Secundária Prof. Reynaldo dos Santos, em Vila Franca de Xira, promove a educação pelos pares em muitas das iniciativas integradas no projeto Escolas Amigas dos Direitos Humanos. Esta metodologia, já utilizada previamente para outras questões, desta vez foi utilizada para trabalhar o tema da discriminação. Com a preocupação em mente de que a discriminação pode começar a manifestar-se desde cedo, os alunos do ensino secundário foram convidados a participar num workshop dinamizado pela Amnistia Internacional, com o objetivo de mais tarde ser replicado com os alunos do 1ºciclo.

 
Vinte alunos do 10º ao 12º ano aceitaram o desafio de serem multiplicadores junto dos colegas mais novos e participaram num workshop no dia 8 de abril, no qual foram experimentadas algumas dinâmicas para “desconstruir” o conceito da discriminação. Explorar as semelhanças e diferenças entre os seres humanos, desenvolver a compreensão de que todos são iguais independentemente da sua cor, cultura ou capacidades e aprender a apreciar as características únicas e a diversidade dos seres humanos, foram alguns dos pontos de aprendizagem deste workshop.
 
Uma semana depois, três grupos de alunos dinamizaram os mesmos workshops em três turmas do 4ºano. Quisemos saber como foi a experiência de ser “formador” dos colegas mais novos e falámos com três das alunas do 10ºano que participaram nesta iniciativa. 
 
Os testemunhos não deixam margem para dúvidas que a educação pelos pares é uma experiência que beneficia todos os intervenientes: “eles (os alunos do 1ºciclo) ali não nos veem como professores o que nos permite uma maior proximidade com eles, que os deixa mais à vontade para se abrirem e participarem sem terem medo que as coisas que dizem estejam erradas. Acho que a mensagem também passa com mais facilidade e permite-nos a todos aprender uns com os outros” refere Margarida Nunes. 
 
Quando questionadas sobre como se tinham sentido ao desempenhar este papel, Teresa Alexandra diz “Senti-me motivada e ansiosa. Fiquei um pouco nervosa ao início mas à medida que fomos interagindo com eles, fiquei mais a vontade”. Diana Santos refere também uma experiência positiva: “Eu gostei de desempenhar o papel de multiplicador e acho que foi uma boa experiência, porque pude com os meus colegas, sensibilizar os rapazes e raparigas do 1ºciclo sobre o tema e senti-me bem em ajudá-los.” 
 
Os testemunhos dos “multiplicadores” reforçam ainda a eficácia deste tipo de metodologia: “Na turma onde fomos fazer uma sessão relacionada com a discriminação havia um menino que tinha mais dificuldades do que os outros e fiquei bastante comovida e feliz por ver que todos o tentavam ajudar e motivar para responder e participar também. É um exemplo para muitas pessoas, o ato destes alunos mais novos.” refere Teresa. Margarida acrescenta “Apreciei bastante o gesto, fiquei contente sobretudo por estarmos a conseguir passar a mensagem pretendida com aquela sessão, a de não discriminar ninguém.” 
 
A educação pelos pares é uma metodologia que permite simultaneamente promover a aprendizagem e o desenvolvimento do outro e de si mesmo. Isso mesmo se reflete no comentário de Diana “Acho que com esta experiência pude sentir um pouco do que os elementos da Amnistia sentem ao dinamizarem sessões. Gostei bastante de interagir com colegas mais novos e de sentir que eles estavam a prestar atenção ao que nós dizíamos e também acho que foi muito bom trabalhar em grupo”. 
 
A força destes testemunhos permite-nos concluir que este é um exemplo para continuar no próximo ano letivo!
 
   
 
 

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