23 Agosto 2013

Todos os governos devem suspender o envio do tipo de armas que estão a ser usadas pelas forças de segurança egípcias para dispersar de forma violenta as manifestações que estão a acontecer no país.

“As armas e o equipamento fornecido de forma irresponsável ao Egito por uma mão cheia de países estão a ser usadas para aplicar força excessiva e para homicídios”, acusa Salil Shetty, Secretário-geral da Amnistia Internacional, quando a Amnistia Internacional lança a análise feita às transferências de armas para o país nos anos mais recentes.

Entre os países fornecedores de armas e munições do tipo usado no banho de sangue que aconteceu a 14 de agosto estão: Alemanha, China, Chipre, Espanha, Estados Unidos da América, França, Itália, República Checa, Sérvia, Suíça e Turquia. As vendas incluem pistolas, espingardas, projéteis, veículos blindados e helicópteros militares, num total de dezenas de milhões de dólares.

“As entregas devem ser congeladas até que ocorram investigações completas, rápidas e imparciais à violência recente – e a incidentes similares que aconteceram nos últimos anos [muitos documentados pela Amnistia Internacional] – e até as suas conclusões serem tornadas públicas”, apela Salil Shetty.

O número de mortos vai já em cerca de 900 manifestantes e 69 elementos das forças de segurança. Por isso, continua o responsável, “não devem ser enviadas mais armas até que as autoridades egípcias demonstrem que as forças de segurança não as vão usar de forma ilegal. (…) Chega. Quantas mais pessoas têm de morrer para que o mundo acorde e pare de alimentar este tipo de violência?”

 

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