1 Novembro 2013

“A proteção de menores é uma questão séria, mas as respostas dos Estados devem ser proporcionais e não discriminatórias”, diz a Amnistia Internacional após os episódios recentes que envolvem crianças de pessoas destas comunidades na Europa.

Depois de na Grécia uma rapariga loura ter sido retirada da família de etnia cigana e os alegados pais acusados de rapto, na Irlanda registaram-se duas situações em que crianças foram separadas dos pais, de uma comunidade cigana, para confirmação da parentalidade. Em ambos os casos confirmou-se que as crianças eram filhos biológicos.

“Criar a perceção de que a etnicidade pode estar ligada à criminalidade é discriminatório”, diz Jezerca Tigani, Vice-Diretora do Programa da Amnistia Internacional para a Europa e a Ásia Central. A especialista deixa ainda o alerta: “Tudo isto pode não apenas incendiar estereótipos racistas, como ser potencialmente desastroso”.

O mesmo receio de que estes episódios resultem numa ”revolta perigosa contra indivíduos e comunidades Roma” foi esta terça-feira demonstrado pelas Nações Unidas, numa nota enviada à imprensa onde se lê ainda: “a estigmatização das comunidades Roma como criminosas é perturbante e perigosa”.

No texto “Os Roma na Europa: culpados até que se prove que estão inocentes“, Rita Izsák, Perita Independente sobre Minorias, refere ainda que “a educação discriminatória para com os Roma, a esterilização forçada de mulheres Roma e o assassinato de indivíduos Roma resultantes de ataques alimentados pelo ódio são apenas algumas das várias tragédias que os Roma enfrentam e que raramente têm merecido cobertura mediática”.

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