29 Junho 2009

Entrevistas com ex-detidos de Bagram realizadas pela BBC são uma oportuna lembrança da contínua necessidade de responsabilização, transparência e de protecção dos direitos humanos daqueles que estão detidos pelos Estados Unidos da América (EUA) no Afeganistão, defendeu a Amnistia Internacional.

A organização reiterou o seu apelo às autoridades norte-americanas no sentido do estabelecimento de uma comissão independente de inquérito a todos os aspectos do regime de detenção e interrogatório dos EUA no que a Administração Bush apelidou de “guerra ao terror”.

 Os ex-detidos, presos em Bagram em vários momentos entre 2002 e 2008, contaram à BBC terem sido sujeitos a abusos sob custódia norte-americana, incluindo espancamentos, posições de tensão, temperaturas extremas, permanecer sem roupa, privação de sono e ameaças de morte. Os dados recolhidos pela BBC são consistentes com a pesquisa da própria Amnistia Internacional.

 Numa carta do mês passado, o Pentágono informou a Amnistia Internacional de que haveria “aproximadamente 565” detidos em Bagram. Pouco se sabe sobre quem são, as circunstâncias das suas detenções, ou sobre o actual tratamento e condições da detenção. Nenhum tem acesso a aconselhamento legal ou a tribunais.

 A Amnistia Internacional lamenta que o novo governo tenha, até agora, optado por seguir a mesma abordagem que o seu antecessor relativamente aos direios legais dos detidos de Bagram. A organização têm apelado ao Presidente Obama e ao seu governo para que reconheçam o direito dos detidos a contestar a legalidade das suas detenções num tribunal independente e internacional. 

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