20 Abril 2016

Mais de 150 alunos integrados no projeto das Escolas Amigas dos Direitos Humanos da Amnistia Internacional testemunharam a inauguração da exposição da bateria “Sons da Tortura”, que fica instalada na Fortaleza de Peniche até 28 de agosto próximo, na reta final da campanha Stop Tortura, lançada pela organização de direitos humanos em 2014.

O evento, que se realizou na passada quinta-feira, 14 de abril, contou também com a participação de Domingos Abrantes, antigo preso político em Peniche, que partilhou relatos na primeira pessoa da vivência sob a ditadura em Portugal. E assinalou ainda a abertura do recém-criado Núcleo de Peniche da Amnistia Internacional.

A bateria “Sons da Tortura” percorreu várias cidades do país em ações e iniciativas da campanha Stop Tortura pela mão de diversos grupos e núcleos de ativistas da Amnistia Internacional ao longo dos últimos dois anos, num extenso trabalho de sensibilização pública contra a prática desumana e cruel da tortura, a qual continua a prosperar em muitas partes do globo, apesar de em 2014 se terem assinalado já três décadas desde que os governos do mundo inteiro prometeram acabar com a tortura.

Esta bateria, uma ideia criativa desenvolvida pela agência Leo Burnett Lisboa e desenhada e construída por Rui Pina para a Amnistia Internacional Portugal, com objetos do quotidiano – como cafeteiras, alicates, funis, martelos, facas e bidões –, é capaz de produzir música ao mesmo tempo que recorda que, noutros lugares do mundo, aqueles mesmos objetos estão a ser usados para infligir dor, quebrar o espírito e vencer toda a resistência física, psicológica e emocional de seres humanos.

A sua estreia numa performance de rua foi em junho de 2014, no Dia Internacional de Apoio às Vítimas de Tortura, e contou então com a participação do baterista Hélio Morais, dos PAUS e dos Linda Martini, no Chiado, em Lisboa. O kit de percussão viajou até Viana do Castelo, Viseu e Leiria, e voltou a estar nas ruas de Lisboa, ainda em 2014, numa ação organizada pela ReAJ-Rede de Ação Jovem da Amnistia Internacional Portugal, no Cais do Sodré, em que foi tocada pelo músico Guilherme Leal, dos PuntzkaPuntz.

A “Sons da Tortura” tem também uma “encarnação digital” que vive no site sonsdatortura.pt, onde os visitantes são desafiados a interagirem com a bateria. Foi vencedora em 2015 do conceituado prémio de arte e design Lápis de Grafite (prata) atribuído pela organização D&AD, que distingue anualmente os melhores exemplos de criatividade na comunicação e na publicidade a nível internacional.

 

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