26 Julho 2011

 

A Gâmbia deve retirar imediatamente as acusações de traição contra cinco activistas, incluindo três jornalistas e um político da oposição, afirmou a Amnistia Internacional, no dia 22 de Julho.
 
Os cinco activistas, incluindo o antigo Presidente da União de Pressão da Gâmbia, Ndey Tapha Sosseh e Amadou Scattred Janneh, um ex-ministro da Informação e Comunicação, foram acusados de estarem envolvidos na distribuição de t-shirts que apelam ao ‘fim da ditadura na Gâmbia’. A acusação de traição é equivalente à pena de morte no país.
 
O apelo chega ao mesmo tempo que a Amnistia Internacional lança uma grande campanha que detalha os casos de desaparecimentos forçados que ainda estão por resolver, as pessoas envolvidas em homicídios ilegais ainda não foram identificadas e levadas à justiça e a tortura ainda é muito usada pelas forças de segurança.
 
A maioria das vítimas de desaparecimentos forçados na Gâmbia são jornalistas, membros do partido político da oposição ou oficiais das forças de segurança. Raramente são realizadas investigações e os perpetradores não são julgados. 
 
“O Presidente Jammeh deve pôr fim a estas perseguições”, afirmou Tawanda Hondora, Subdirector da Amnistia Internacional para África. “Todas as acusações deviem ser retiradas. Estas pessoas estão a ser castigadas por expressarem a sua opinião pacificamente. Os indivíduos detidos são Prisioneiros de Consciência, que devem ser libertados imediata e incondicionalmente.” 
 
Ndey Tapha Sosseh está a viver actualmente no Mali e foi acusada sem estar presente. 
 
“Todos os anos o Presidente assinala, a 22 de Julho, o ‘Dia da Liberdade’, ainda assim, a Gâmbia é governada com pulso firme por um governo que impiedosamente anula todas as formas de dissidência”, afirmou Tawanda Hondora. “Ao invés de celebrar o ‘Dia da Liberdade’, as autoridades da Gâmbia devem agir para pôr fim aos abusos dos direitos humanos e à cultura do medo”, acrescentou.
 
A repressão dos media tem um longo percurso na Gâmbia. A falta de independência do poder judicial em casos que envolvem jornalistas e defensores dos direitos humanos está a aumentar.
 
A Amnistia Internacional, juntamente com grupos da sociedade civil de todo o continente africano, organizou um dia de acção para protestar contra as contínuas violações dos direitos humanos no país, incluindo a repressão dos media. 
 
As execuções extrajudiciais na Gâmbia têm sido realizadas rotineiramente, especialmente contra membros das forças de segurança que se opõe ao governo. A Amnistia Internacional também documentou casos em que estudantes, jornalistas e cidadãos estrangeiros foram mortos por oficiais de segurança.

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