15 Outubro 2014

Os polícias de Hong Kong que bateram e pontapearam um manifestante pró-democracia detido esta quarta-feira, 15 de outubro, devem ser levados à justiça, defende a Amnistia Internacional.

Imagens de televisão de um noticiário local mostram o assistente social Ken Tsang Kin Chiu ser levado por seis polícias às primeiras horas de quarta-feira, com as mãos atrás das costas. Aparentemente, os polícias levam Tsang para detrás de uma esquina e colocam-no no chão. O vídeo, disponível na Internet, mostra alguns polícias começarem de imediato a pontapear e esmurrar o detido, enquanto este se protege curvado como uma bola e outros polícias assistem.

A Amnistia Internacional falou com o advogado de defesa de Tsang que confirma os detalhes do ataque e acrescenta que a vítima foi levada pela polícia para um hospital local, para receber tratamento médico. A polícia já veio informar que vai conduzir uma investigação ao incidente.

“Este parece ser um ataque perverso contra um detido que não representa nenhuma ameaça para a polícia”, acusa a diretora da secção de Hong Kong da Amnistia Internacional, Mabel Au. “A investigação ao sucedido deve começar de imediato e todos os envolvidos em atos ilegais devem ser julgados”.

A responsável da Amnistia Internacional acrescenta: “É revoltante pensar que há polícias em Hong Kong que pensam que estão acima da lei”.

Segundo o advogado, Tsang terá sido detido por agredir um polícia. Porém, foi acusado de associação ilegal e de impedir a polícia do exercício das suas funções. O manifestante permanece sob custódia policial e vai ser interrogado após receber tratamento médico.

O incidente aconteceu perto das 3 horas da madrugada desta quarta-feira, altura em que a polícia tentou retirar os manifestantes pró-democracia que ocupavam uma rua perto do local onde os protestos principais decorrem, no centro de Hong Kong. A polícia usou gás-pimenta contra dezenas de manifestantes. Informações veiculadas pela polícia dão conta de 45 detenções.

“Todos os que se encontram detidos somente por exercerem os seus direitos à liberdade de expressão e de reunião devem ser libertados de imediato e de forma incondicional”, insta Mabel Au. “A Amnistia Internacional apela à polícia de Hong Kong que atue com moderação e não use a força de forma ilegal”.

A polícia intensificou esta semana as operações para remover as barricadas construídas pelos manifestantes pró-demoracia, numa tentativa de reduzir as áreas ocupadas pelos protestos.

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