22 Agosto 2011

 

No dia 21 de Agosto, a Amnistia Internacional considerou que as autoridades iranianas devem libertar os dois cidadãos norte-americanos condenados, a oito anos de prisão por “espionagem” e “entrada ilegal” no país, após um julgamento profundamente injusto realizado por um tribunal de Teerão.
 
De acordo com os media afectos ao governo iraniano, Shane Bauer e Josh Fattal, detidos enquanto caminhavam numa área da fronteira do Iraque com o Irão, em Julho de 2009, foram condenados a três anos de prisão, por alegadamente entrarem no Irão de forma ilegal e a cinco anos por espionagem.
 
“A condução do julgamento gozou com a justiça. Não aparenta haver qualquer prova  relativa às alegações de que Shane Bauer e Josh Fattal são espiões”, afirmou Malcolm Smar, Director da Amnistia Internacional para o Médio Oriente. 
 
“A forma como este caso foi gerido desde o início, sugere fortemente que os dois homens estão detidos como moeda de troca para permitir que o Irão obtenha concessões não especificadas do governo norte-americano”, acrescentou.
 
Não é conhecida qualquer prova apresentada em tribunal que sugira que Shane Bauer e Josh Fattal faziam espionagem. De acordo com o seu advogado – Massoud Shafi’e, os dois homens, que negam as acusações, planeiam recorrer da sentença num prazo de 20 dias.
 
“Shane Bauer e Josh Fattal já aguardaram dois anos por justiça. As autoridades iranianas devem agir agora e libertar estes dois homens imediatamente, sem mais atrasos”, afirmou Malcolm Smart. 
 
Durante os dois anos que passaram detidos na Prisão Evin de Teerão, Bauer e Fattal apenas tiveram autorização para uma breve visita familiar. As suas mães visitaram o Irão em Maio de 2010, no que aparentemente foi uma reunião encenada. 
 
Foi-lhes negado acesso adequado aos seus advogados e tiveram acesso muito restrito a assistência consular. 
 
Uma terceira cidadã norte-americana, detida juntamente com os dois homens, Sarah Shourd, foi libertada em Setembro de 2010 sob uma fiança de 500.000 dólares americanos.
 
Segundo relatos de testemunhas oculares à revista de notícias norte-americana “The Nation”, estas testemunhas localizavam os três caminhantes no Iraque e não no Irão, no momento da sua detenção pelas tropas iranianas. As autoridades iranianas mantêm a sua posição segundo a qual os caminhantes foram detidos em território iraniano.

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