17 Fevereiro 2023

Em 2019, no Dia Internacional da Mulher, Yasaman Aryani e a sua mãe, Monireh Arabshahi, distribuíram flores brancas numa carruagem de metro em Teerão, exclusiva para mulheres, sem utilizarem o lenço islâmico, obrigatório no país. Yasaman publicou também um vídeo, que se tornou viral no próprio dia, onde falou da esperança num futuro em que todas as mulheres pudessem ter liberdade de escolher o que vestir. Foram condenadas a 16 anos de prisão em julho do mesmo ano, tendo saído em liberdade ontem, 15 de fevereiro de 2023.

Yasaman Aryani foi um dos casos da Maratona de Cartas em 2019, a maior campanha global de ativismo do mundo, tendo reunido, só em Portugal, mais de 50.000 assinaturas pela sua defesa e liberdade. Em Portugal, foram todas enviadas para a Embaixada do Irão em Lisboa.

Acusadas de “reunião e conluio para cometer crimes contra a segurança nacional”, “espalhar propaganda contra o sistema” e “incitar e facilitar a corrupção e a prostituição”, apenas por promoverem os direitos das mulheres de forma pacífica, Yasaman e a sua mãe podem agora usufruir da sua liberdade, após quatro anos de prisão injusta.

O seu ato de coragem percorreu o mundo e, finalmente, veem ser-lhes restituída a merecida e esperada liberdade. Ainda que se mantenham pertinentes e atuais os apelos para o fim da repressão no Irão contra quem exerce o seu direito à liberdade de expressão, esta é uma vitória de direitos humanos para comemorar e manter a esperança.

Ainda que se mantenham pertinentes e atuais os apelos para o fim da repressão no Irão contra quem exerce o seu direito à liberdade de expressão, esta é uma vitória de direitos humanos para comemorar e manter a esperança

Nos últimos anos, multiplicaram-se as ações pela liberdade de Yasaman Aryani por todo o mundo. Aqui, a 8 de março de 2021, Dia Internacional da Mulher, a secção francesa da Amnistia Internacional apelava pela sua defesa e libertação perto da embaixada iraniana em Paris. Créditos a christophemeireis.com.

 

Retratos de Yasaman Aryani e Nasu Abdulaziz, caos da Maratona de cartas 2019,  no Luxemburgo. Créditos a Raphael Weickmans.

 

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