21 Fevereiro 2013

Foram executados os primeiros três prisioneiros desde que o Primeiro-Ministro Abe iniciou o seu mandato em dezembro. Estas execuções deixam antever uma mudança regressiva no governo japonês.

“Estas execuções, realizadas em segredo, são um ato cruel de assassinato premeditado. Na passagem anterior de Shinzo Abe como Primeiro-Ministro, as autoridades pareceram excessivamente impiedosas com as execuções. O maior receio é o de que estas execuções marquem o início de uma nova vaga de assassinatos a sangue-frio pelo Estado. Temos sérias dúvidas se estas execuções foram realizadas meramente por conveniência política”, diz Roseann Rife, Diretora da Amnistia Internacional para a Ásia Oriental.

Entre setembro de 2006 e setembro de 2007, na passagem anterior de Shinzo Abe como Primeiro-Ministro, dez pessoas foram executadas. Neste momento o número de prisioneiros no corredor da morte, 134, é o mais elevado no Japão no último meio século. Os prisioneiros costumam ser avisados da sua sentença apenas algumas horas antes da execução, e alguns não são sequer avisados. Apenas é dado conhecimento às família após a execução ter sido realizada.

“Em vez de confirmar mais sentenças de morte, apelamos ao Ministro da Justiça, Sadakazu Tanigani, para recuar e considerar os factos. Mais de dois terços dos países a nível mundial já deixaram de usar a pena capital, apesar das alegações de que ela é necessária. O Japão faz parte de uma minoria isolada neste assunto e encorajamos o Ministro a dar passos na direção da realização de um debate público sobre o uso da pena de morte”, diz Roseann Rife.

A Amnistia Internacional é contra a pena de morte em todas as circunstâncias, sem exceção, independentemente da natureza do crime e do método de execução usado.

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