Juntos pela paz, em solidariedade.
A Ucrânia tem sido alvo de ataques por parte das forças militares russas em vários pontos do seu território. A nossa investigação tem revelado, desde o primeiro momento, que vários desses ataques têm acontecido de forma indiscriminada, atingindo áreas civis e infra-estruturas protegidas, como hospitais, e colocam em perigo a vida de milhares de pessoas – chegando mesmo a custar a vida de vários civis.
O Crisis Evidence Lab da Amnistia Internacional tem documentado e reunido provas – incluindo fotos, vídeos e imagens de satélite – dos ataques. A investigação em curso já permitiu até à data apurar com clareza o seguinte:
- Houve nestes ataques violações do Direito Internacional Humanitário;
- Os ataques realizados podem constituir crimes de guerra;
- As forças militares russas estão a usar munições de fragmentação sem precisão, contrariamente ao que está definido nas Convenções de Genebra.
Continuamos no terreno, a acompanhar e a monitorizar e expor potenciais violações de direitos humanos e a trabalhar para garantir a proteção das vidas.
A Amnistia Internacional tinha já alertado para os riscos devastadores sobre os direitos humanos que resultariam de novos conflitos armados entre a Rússia e a Ucrânia, como as ameaças às vidas civis, aos meios de subsistência e a infraestruturas, assim como uma potencial escassez alimentar aguda e deslocações em massa. Em 2014 e 2015, a organização documentou o grave impacto que o conflito na Ucrânia oriental teve nos direitos humanos, no qual foram cometidos crimes de guerra e crimes contra a humanidade.
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O que queremos
Neste contexto, a humanidade e a garantia dos direitos humanos têm que prevalecer. Para isso, o nosso apelo é muito concreto:
Queremos o fim da agressão contra a Ucrânia e a proteção de todos os civis.
Para que esse objetivo seja alcançado, é também importante:
- Garantir que todas as partes respeitam o Direito Internacional Humanitário (“Direito da guerra”) e o Direito Internacional de Direitos Humanos, com vista ao total respeito e proteção às vidas civis, casas e infraestruturas;
- Garantir o total acesso das agências humanitárias ao terreno, para que sejam providenciados os cuidados necessários aos civis afetados pelo conflito, nomeadamente através da prestação de cuidados médicos e distribuição de bens de primeira necessidade;
- Uma investigação pelo Tribunal Penal Internacional, mediante a confirmação de crimes de guerra e/ou outros;
- Que sejam tomadas todas as medidas para garantir a saída de civis da Ucrânia e a garantia de que todas as pessoas têm direito a proteção internacional, (independentemente da sua origem), providenciando um acolhimento com condições dignas.
Como estamos a atuar
Com o intuito de informar, expor e apelar à ação, a Amnistia Internacional tem desenvolvido várias ações nas áreas de investigação, advocacy, mobilização, educação para os direitos humanos e angariação de fundos.
Entre as várias ações que já decorreram até ao momento, destacam-se as seguintes:
Vigília em 8 cidades de Portugal, no dia 28 de fevereiro ( Chaves, Viana do Castelo, Paços de Ferreira, Viseu, Coimbra, Lisboa, Estremoz e Ponta Delgada).
Envios frequentes de assinaturas da petição para a Embaixada da Federação Russa em Lisboa e para o Ministro da Defesa da Federação Russa, por correio e e-mail.
Divulgação de informação sobre o que se passa no terreno, num trabalho conjunto com órgãos de comunicação social, que visa também combater a desinformação.
Trabalho de acompanhamento e monitorização dos vários eventos que decorrem no momento, com equipas dedicadas a investigação remota e também já no terreno.
Criação de um fundo de emergência para apoio legal e médico, segurança e proteção às pessoas que estão em perigo iminente;
Ações de educação para os direitos humanos, para apoiar na compreensão da situação, contribuindo para que o debate seja feito através de uma abordagem centrada nos direitos humanos.
Ações de pressão direta a líderes, decisores políticos e entidades internacionais como as Nações Unidas, para que tomem as decisões mais corretas e fiquem do lado dos direitos humanos na história.
Ação de solidariedade, no dia 19 de março, em frente à Embaixada da Federação Russa em Lisboa.
Ação de solidariedade, no dia 28 de abril, em frente à Embaixada da Federação Russa em Lisboa.
Ação de sensibilização, no dia 30 de junho, após divulgação de nova investigação sobre o ataque aéreo levado a cabo pelos militares russos sobre o Teatro em Mariupol.
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Como são feitas as investigações da Amnistia Internacional?
O Laboratório de Provas de Crise da Amnistia Internacional (Crisis Evidence Lab) trabalha para documentar ataques em grande detalhe e, de uma forma geral, para procurar padrões de violações de direitos humanos, construindo uma linha temporal pormenorizada dos acontecimentos.
Um dos principais objetivos é fornecer um relato preciso dos eventos, combatendo a informação falsa e a desinformação que são, muitas vezes, galopantes durante conflitos e outras situações de crise. Estes esforços de documentação também são úteis para compilar um registo de provas fiáveis que poderão mais tarde ser usadas para responsabilizar quem comete estas violações de direitos humanos e para contar as histórias de pessoas que são diretamente afetadas por estas crises. É fundamental que a sua voz seja ouvida.
Mais informação sobre as investigações da Amnistia Internacional na Ucrânia
Ler MaisAs táticas de guerra das forças militares russas têm sido marcadas por ataques indiscriminados em áreas de grande densidade populacional, numa clara violação ao Direito Internacional Humanitário, em várias cidades. Conclusões como esta apenas são possíveis após um trabalho cuidado e rigoroso de investigação e verificação de provas por parte da Amnistia Internacional, através de métodos que incluem:
- Cronolocalização – Confirmar onde e quando um vídeo ou fotografia foram registados. Isto pode ser feito ao cruzar o material com imagens de satélite, fotografia ao nível do solo e outra informação publicamente disponível. Um investigador pode olhar para a paisagem, árvores, edifícios e ruas nas imagens e verificar se estas correspondem às vistas de rua ou a outras fotografias de uma localização conhecida. Os investigadores podem ainda analisar padrões climáticos e sombras para ver se estes correspondem às condições que prevaleciam quando a fotografia ou o vídeo foram alegadamente registados.
- Deteção remota – Os investigadores recorrem a imagens de satélite e outros sensores, como o Radar e o LiDAR, para procurar sinais reveladores de ataques, que podem ser edifícios destruídos, crateras, destroços, movimentos de tropas ou armas. Uma visão panorâmica também é importante para cruzar e verificar potenciais alvos e compreender as dinâmicas destes ataques.
- Identificação de armamento – Os peritos em armamento da Amnistia Internacional analisam fotografias, vídeos e outros dados para verificar que armas estão a ser utilizadas e se estas podem levar a violações de direitos humanos. Isto pode incluir estudar a forma de uma cratera deixada por um míssil, ver filmagens de ataques aéreos, ou examinar fotografias de restos de armamento. Os investigadores também examinam dados sobre o comércio de armas para compreender a quem pertencem estas armas.
- Testemunhas oculares – É importante ressalvar que o Laboratório de Provas trabalha com investigadores que entrevistam testemunhas oculares de ataques e recolhem declarações que poderão corroborar as evidências digitais.
Pode consultar mais detalhes sobre como é feita a verificação de ataques militares na Ucrânia aqui.
- Preservação das provas – O Laboratório de Provas cataloga e preserva todas as provas originais, juntamente com toda a sua verificação e análise para os mecanismos de responsabilização e justiça. Pretendemos apoiar agentes de justiça relevantes e entregar as nossas provas para garantir que os perpetradores são responsabilizados.
Fragmentos de munições de fragmentação 9N210 ou 9N235 documentadas pela Amnistia Internacional. Copyright: Amnesty International.
Imagem de satélite em que são evidentes os danos na cidade de Izium, Março 2022.
O QUE PODE FAZER: COMO AJUDAR
A nossa força são as pessoas e neste momento precisamos de nos unir pelas pessoas e pelos direitos humanos na Ucrânia. Acompanhe todos os desenvolvimentos, assine a nossa petição ou realize um donativo para que seja possível continuarmos a agir em defesa dos direitos humanos.
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Junte o seu nome, apelando ao respeito pelo Direito Internacional, à proteção dos civis e ao fim da agressão russa à Ucrânia. Assine esta petição e partilhe-a.
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O trabalho passado
Temos acompanhado a situação de direitos humanos na Ucrânia, sobretudo desde 2014, no momento em que se verificou a ocupação e anexação ilegal da Crimeia e se iniciou o período de maior tensão na região de Donbass.
Desde então, e até hoje, estes episódios destruíram comunidades e vidas, num total desrespeito pelos direitos humanos de milhares de civis.
Vamos continuar a agir até que a total proteção de direitos humanos seja uma realidade e continuaremos a divulgar informação, a expor a realidade no terreno e a apelar ao total respeito pelos direitos humanos.
Em baixo, encontra todas as ações que estamos a desenvolver nesse sentido, mas há muito que já foi feito anteriormente.
Toda a informação sobre o nosso trabalho, até 2022.
Ler Mais- Ukraine: Abductions and torture in Eastern Ukraine (2014) – https://www.amnesty.org/en/documents/eur50/034/2014/en/
- Ukraine: Summary killings during the conflict in eastern Ukraine (2014) – https://www.amnesty.org/en/documents/eur50/042/2014/en/
- Ukraine: One year on: Violations of the rights to freedom of expression, assembly and association in Crimea (2015) – https://www.amnesty.org/en/documents/eur50/1129/2015/en/
- Ukraine: Breaking Bodies: Torture and Summary Killings in Eastern Ukraine (2015) – https://www.amnesty.org/en/documents/eur50/1683/2015/en/
- Ukraine: “You don’t exist”: Arbitrary detentions, enforced disappearances, and torture in Eastern Ukraine (2016)– https://www.amnesty.org/en/documents/eur50/4455/2016/en/
- Ukraine: Not a private matter: domestic and sexual violence against women in Eastern Ukraine (2020) – https://www.amnesty.org/en/documents/eur50/3255/2020/en/
A Amnistia Internacional tem como missão expor violações e abusos de direitos humanos, fazer recomendações e propor soluções. Sempre que em qualquer parte do mundo alguém não puder usufruir livre e plenamente de todos os seus direitos humanos nós vamos agir.
O nosso trabalho não é contra ninguém. É sim a favor de todas as pessoas usufruírem dos direitos humanos. É sim a favor de construir um mundo melhor para toda a humanidade.
A Amnistia Internacional tem como missão expor violações e abusos de direitos humanos, fazer recomendações e propor soluções. Sempre que em qualquer parte do mundo alguém não puder usufruir livre e plenamente de todos os seus direitos humanos nós vamos agir.
O nosso trabalho não é contra ninguém. É sim a favor de todas as pessoas usufruírem dos direitos humanos. É sim a favor de construir um mundo melhor para toda a humanidade.