16 Junho 2011

 

O governo malaio deve retirar imediatamente o seu convite ao Presidente Sudanês Omar Al-Bashir, e proceder à sua detenção se este viajar para a Malásia, afirmou a Amnistia Internacional no dia 13 de Junho.
 
O governo malaio anunciou ontem que o Presidente Al-Bashir irá participar no Langkawi International Dialogue, um fórum económico que irá ter lugar na Malásia, de 19 a 21 de Junho. 
 
O Tribunal Penal Internacional emitiu mandados de detenção para Al-Bashir por genocídio, crimes contra a humanidade e crimes de guerra no Darfur.
 
“A Malásia não se deve tornar num local de passagem para fugitivos à justiça internacional”, afirmou Donna Guest, Subdirectora do Programa da Amnistia Internacional para a Ásia Pacífico. Acrescentou ainda que “o governo malaio deve impedir Bashir de entrar no seu território e prendê-lo se este o fizer.”
 
No dia 21 de Março a Amnistia Internacional teve conhecimento que a Malásia anunciou a sua intenção de se tornar um estado parte do Estatuto de Roma e em reconhecer a jurisdição do Tribunal Penal Internacional. 
 
No seu anúncio, o Ministro da Justiça malaio Nazri Aziz afirmou: “Esta é uma declaração que prova que a Malásia rejeita crimes de guerra, crimes contra a humanidade e genocídio.”
 
Quando o Conselho de Segurança das Nações Unidas referiu a situação no Darfur ao Tribunal Penal Internacional em 2005, instou todos os Estados a cooperarem totalmente com o Tribunal. 
 
A Amnistia Internacional considera que apesar da Malásia ainda não fazer parte do Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional, deve prender Omar Al-Bashir assim que este chegue à Malásia. 
 
“O convite da Malásia a Omar Al-Bashir não faz qualquer sentido de acordo com a sua decisão em integrar o Tribunal Penal Internacional,” afirmou Guest. 
 
“Ao invés de acolher pessoas procuradas pelo Tribunal Penal Internacional, a Malásia devia reafirmar o seu compromisso com a justiça.” 

Artigos Relacionados