9 Agosto 2011

 

A Amnistia Internacional instou o Panamá a assegurar que Manuel Noriega enfrenta a justiça por violações dos direitos humanos cometidas durante o seu governo nos anos 80, depois da França ter confirmado que irá tentar extraditar o antigo líder.
 
Noriega é alegadamente responsável por homicídios extrajudiciais, desaparecimentos forçados, detenção sem julgamento, tortura e maus-tratos de manifestantes durante o seu governo, de 1983 a 1989.
 
“Manuel Noriega deverá ter um julgamento novo, justo e imparcial no seu regresso ao Panamá para que as vítimas e famílias destes alegados crimes recebam realmente justiça”, disse Sebastian Elgueta, Investigador da Amnistia Internacional na América Central. 
 
Actualmente a cumprir pena numa prisão francesa por lavagem de dinheiro, o indivíduo de 77 anos teve conhecimento da sua extradição a 29 de Julho. Tem um mês para recorrer da decisão.
 
Os tribunais no Panamá julgaram Noriega in absentia, em 1995, pelo homicídio de opositores políticos. A Amnistia Internacional opõe-se por princípio a julgamentos não presenciais e esperaria que Noriega tivesse um novo julgamento por estas e outras violações dos direitos humanos.
 
Em 2010, Noriega foi extraditado dos Estados Unidos para França, onde foi condenado in absentia, em 1999, a sete anos de prisão. Foi condenado por lavar milhões de euros a partir de bancos franceses. Antes disso, Noriega cumpriu uma pena de 20 anos numa prisão norte-americana por tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e crime organizado.
 
Foi deposto do cargo de presidente quando as tropas dos Estados Unidos invadiram o Panamá, em Dezembro de 1989.

Artigos Relacionados