O massacre perpetrado pelo Boko Haram contra civis na cidade nigeriana de Baga terá sido o mais mortal de sempre feito por este grupo armado islamita num longo historial de ataques hediondos.
“Este ataque a Baga e cidades próximas parece ter sido o mais mortal. A confirmarem-se os relatos de que o grupo arrasou toda a cidade, deixando centenas se não mesmo 2.000 pessoas mortas, isto constitui uma escalada brutal e perturbadora na continuada chacina da população civil às mãos do Boko Haram”, sublinha o investigador da Amnistia Internacional para a Nigéria, Daniel Eyre.
O perito avança ainda que a Amnistia Internacional está a investigar o que se passou no ataque a Baga, no Nordeste da Nigéria. “É claro que estamos perante a necessidade urgente de o Boko Haram parar toda esta mortandade sem sentido nenhum, e de o Governo nigeriano encetar prontamente medidas que protejam uma população que vive aterrorizada, em medo constante de sofrer ataques”.
Ao longo dos últimos dias foram chegando relatos de o Boko Haram ter atacado Baga e as cidades circundantes a 3 de janeiro. Desde 2009, o grupo armado tem vindo a tomar por alvo os civis, em raides brutais e atentados à bomba que não só aumentam em frequência mas também em intensidade.
Os efeitos desta carnificina na população civil na Nigéria têm sido devastadores: milhares de pessoas mortas e raptadas, centenas de milhares obrigadas a fugir das suas casas para sobreviverem.
Provas recolhidas pela Amnistia Internacional indicam que o Boko Haram cometeu e está a cometer crimes de guerra e crimes contra a humanidade. É imperativo que o Governo nigeriano investigue estas brutais violações de direitos humanos e garanta que os responsáveis por tais atos são julgados.