1 Julho 2011

 

No dia 27 de Junho, a Amnistia Internacional afirmou que os Grupos Armados nigerianos devem parar de atacar civis, após mais de 30 pessoas terem sido mortas num ataque à bomba, levado a cabo pelo grupo religioso Boko Haram.
 
No fim-de-semana, motociclistas lançaram bombas para um jardim, assassinando mais de 30 pessoas em Maiduguri, estado de Borno, no nordeste do país. Várias pessoas ficaram feridas num ataque no dia 27 do mesmo mês, também levado a cabo pelo grupo Boko Haram.
 
Os ataques são os últimos de uma série da autoria dos Boko Haram, um grupo armado que procura estabelecer a lei Sharia em algumas partes da Nigéria, e que têm tido como objectivo atingir civis.
 
“Estes assassinatos não têm sentido e são ultrajantes. Ataques dirigidos a civis são proibidos ao abrigo do Direito Internacional e demonstra um completo desrespeito pelo direito à vida,” afirmou Tawanda Hondora, Subdirector do Programa da Amnistia Internacional para África.
 
“Os Boko Haram devem parar com o seu reinado de terror no país. Nenhuma causa pode justificar o assassinato de civis.”
 
Os Boko Haram reclamaram a autoria dos ataques à bomba que, desde 2010, têm tido lugar em todo o país. Nas últimas semanas, dezenas de pessoas perderam a vida nos ataques. No dia 16 de Junho, uma igreja foi bombardeada, alegadamente pelos Boko Haram, matando três crianças. O grupo também atacou clérigos muçulmanos que os criticaram. Anteriormente, o grupo tinha como alvo a polícia e outras autoridades governamentais. 
 
Em resposta, as forças de segurança nigerianas levaram a cabo detenções em massa, torturaram suspeitos e prenderam pessoas durante um longo período de tempo sem acusação ou julgamento.
 
A Amnistia Internacional apela ao Governo nigeriano para que proteja os seus cidadão residentes no nordeste, assegurando o cumprimento da lei.
 
“O Governo nigeriano apenas pode garantir a segurança investindo fortemente em reformas no sistema de justiça, para que os perpetradores destes ataques e outros abusos dos direitos humanos, possam ser investigados adequadamente, e os responsáveis possam ser detidos e condenados através de julgamentos justos e sem recurso à pena de morte.”
 
O sistema judicial da Nigéria é disfuncional e objecto de milhares de violações dos direitos humanos, incluindo tortura, desaparecimentos forçados, execuções extrajudiciais e julgamentos injustos. Os suspeitos, membros dos Boko Haram já tinham sido detidos mas nunca foram julgados, em parte devido ao insucesso da polícia em recolher provas.

 

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