7 Março 2017

Atualização: Um juiz federal do Havai bloqueou a nova ordem executiva do Presidente Trump. A decisão foi conhecida no próprio dia em que o decreto ia entrar em vigor, esta quinta-feira, 16 de março. Agora o Congresso tem de anular definitivamente o documento.

“Enquanto se mantiver esta política baseada no ódio, vai continuar a ser levada a tribunal e entretanto milhares de pessoas e famílias estão encurraladas nesta incerteza”, lamenta a diretora executiva da Amnistia Internacional Estados Unidos, Margaret Huang. “O Congresso pode pôr um fim a tudo isto ao aprovar legislação que efetivamente anule a proibição de entrada no país. O que esta decisão contra a ordem executiva mostra é aquilo que já sabemos: ‘é uma forma de intolerância aos muçulmanos falsamente designada de segurança. O ódio não nos torna mais seguros. O documento tem de ser revogado já”.

A embalagem pode ter mudado, mas a discriminação, o ódio e o medo continuam presentes na nova ordem executiva emitida esta segunda-feira, 6 de março, pelo Presidente dos Estados Unidos da América, denuncia a Amnistia Internacional.

“O empenho de Donald Trump em bater com a porta a todas as pessoas que fogem precisamente do mesmo terrorismo que ele diz querer combater, será recordado como um dos mais negros capítulos da história dos Estados Unidos”, alerta o secretário-geral da Amnistia Internacional, Salil Shetty.

BotaoTrump

O decreto reintroduz a suspensão do programa norte-americano de reinstalação de refugiados e estabelece uma proibição temporária de entrada no país a todas as pessoas de seis países de maioria muçulmana.

“A ideia de que estas medidas são adotadas em nome do interesse de segurança nacional não é convincente”, continua o responsável da Amnistia Internacional. “Esta nova ordem executiva vem tão simplesmente reintroduzir muitos dos mais ultrajantes elementos do decreto anterior”.

O decreto agora anunciado atropela os valores que os Estados Unidos da América há muito dizem defender e ameaça acabar com a esperança de milhares de refugiados, que estavam perto de serem reinstalados no país.

“A lógica antimuçulmana por detrás desta ordem executiva deve ser evidente para qualquer pessoa que esteja familiarizada com a longa campanha de Trump para espalhar o medo em relação aos muçulmanos”, esclarece Salil Shetty.

“Falamos de famílias que escaparam às ruínas de Alepo ou que fugiram das bombas e da fome no Iémen”, continua. “São pessoas que fogem porque a sua segurança está ameaça e elas merecem proteção”. Além disso, “as novas medidas não vão dar segurança a ninguém. Pelo contrário, podem ir ao encontro do jogo dos extremistas violentos que alegam que o governo dos Estados Unidos está em guerra com o Islão”.

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