22 Novembro 2016

O prisioneiro de consciência angolano Francisco Mapanda (também conhecido como “Dago Nível Intelecto”) foi liberto esta segunda-feira, 21 de novembro, no que a Amnistia Internacional considera tratar-se uma libertação há muito tempo devida de um ativista que foi vítima de um julgamento de motivações políticas e marcado por falhas processuais.

“A libertação de Francisco Mapanda era há muito tempo devida. A sua condenação por dizer que o julgamento dos 17 ativistas foi uma ‘palhaçada’ é em si mesma outra farsa. Ele apelou à justiça”, frisa o diretor executivo da Amnistia Internacional Portugal, Pedro A. Neto. “[Francisco Mapanda] é vítima de um julgamento marcado por falhas e politicamente motivado, concebido para silenciar as vozes dissidentes. Nunca devia ter passado nem um só dia na prisão”, prossegue.

Logo após a libertação, Francisco Mapanda disse à Amnistia Internacional: “Estou convicto que a minha liberdade foi influenciada pela pressão internacional feita pela Amnistia e outras organizações. Quero pedir a todas as pessoas que continuem a lutar e a trabalhar pela proteção e promoção dos direitos humanos. Continuem a luta!”

O ativista angolano Francisco Mapanda foi condenado a 28 de março de 2016, dia da leitura de sentença no caso dos Angola17, por ter afirmado em tribunal que aquele julgamento era “uma palhaçada”. Os 17 ativistas estavam a ser julgados e foram condenados pela simples razão de se terem reunido para conversar sobre assuntos de governação em Angola.

Francisco Mapanda foi naquele dia condenado de forma sumária a oito meses de prisão. A sua libertação estava marcada para 28 de novembro de 2016; não é conhecido por que as autoridades o libertaram antecipadamente.

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