14 Junho 2022

Sacha Deshmukh, diretor executivo da Amnistia Internacional do Reino Unido, considera que o governo britânico está a fugir às suas responsabilidades ao autorizar o primeiro voo de deportação de refugiados do Ruanda para o país da África Central.

Os refugiados deverão ser deportados esta terça-feira, com Sacha Deshmukh a criticar o plano do Reino Unido.

“Expulsar os requerentes de asilo para o Ruanda, um país a enfrentar os seus próprios desafios em matéria de asilo e de direitos humanos, é irresponsável, insensível e um desastre em curso”, disse o diretor executivo da Amnistia Internacional do Reino Unido.

“Isto é uma repetição desesperada e sombria do que aconteceu em Israel, país que expulsou refugiados do Ruanda e pessoas que pediram asilo”

Sacha Deshmuk

Sacha Deshmukh considera que este caso de deportação é “uma repetição desesperada e sombria do que aconteceu em Israel, país que expulsou refugiados do Ruanda e pessoas que pediram asilo”, sublinhando que a decisão do governo britânico “representa um abandono claro e vergonhoso da responsabilidade do Reino Unido com as pessoas sob a Convenção Relativa ao Estatuto de Refugiados”. “Pedimos com veemência que o governo britânico repense este plano desastroso”, referiu.

Desde o início do ano, estima-se que cerca de 7 mil pessoas terão chegado à costa britânica após atravessar o Canal da Mancha a bordo de embarcações improvisadas, o triplo do balanço do ano passado no mesmo período.

Em 2021, ano marcado pela morte de 27 migrantes num naufrágio no final de novembro, mais de 28.500 pessoas completaram a travessia em 2021, o triplo das 8.466, em 2020.

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