18 Junho 2013

As autoridades romenas traíram milhares de cidadãos com as promessas não cumpridas e total desrespeito pelo seu direito à habitação, diz a Amnistia Internacional no novo relatório sobre os desalojamentos forçados no país.

Pushed to the margins: Five stories of Roma forced evictions in Romania apresenta as experiências de pessoas expulsas de suas casas, dos seus bairros, das suas comunidades, das suas cidades.

O relatório segue as vidas de cinco pessoas oriundas de três cidades romenas depois de terem sido desalojadas à força das suas casas e a sua resistência à relocalização. Expõe o impacto profundo nas vidas das pessoas depois de terem perdido as casas, os meios de subsistência, a separação dos círculos sociais, o estigma, a dificuldade no acesso à educação ou à saúde e o trauma do próprio desalojamento.

Claudia Greta, agora quase com trinta anos, viveu na rua Coastei na parte ocidental da cidade romena de Cluj-Napoca desde os nove anos de idade e até 2010, quando as autoridades da cidade desalojaram à força a comunidade inteira. Os residentes foram recolocados em Pata Rât, uma área nos arredores da cidade conhecida por ser um aterro e uma antiga lixeira de resíduos tóxicos. Muitas das famílias não tiveram qualquer proposta de alojamento alternativo. Oiça o testemunho.

Rodica foi uma das 500 pessoas que resistiu ao desalojamento em Craica, um assentamento no nordeste da cidade de Baia Mare em 2012. O município desalojou à força metade do assentamento e demoliu as casas, recolocando-os nos arredores da cidade nos edifícios de uma antiga siderurgia, onde não dispunham de saneamento básico nem aquecimento. Oiça o testemunho.

Dusia foi desalojada três vezes ao longo da sua vida. A última das quais aconteceu em agosto de 2012, quando as autoridades da cidade de Piatra Neamt desalojaram à força os cerca de 500 membros da comunidade Roma das suas habitações na rua Muncii, recolocando-os em habitações sociais inadequadas em Vãleni 2, uma área isolada a cerca de 7 km do centro da cidade. Dusia tem que caminhar cerca de 1 km numa área lamacenta e sem iluminação para chegar à paragem de autocarro mais próxima. Oiça o testemunho.

“As histórias de Claudia, Rodica e Dusia – as suas inseguranças, pobreza e desespero – são dolorosamente familiares para 2 milhões de ciganos na Roménia”, diz Barbora ?ernušáková, especialista da Amnistia Internacional sobre a Roménia.

“As ações ou, em alguns casos, as inações das autoridades e as suas promessas não cumpridas ilustram a discriminação de que são vítimas os membros das comunidades ciganas e que tem resultado na sua segregação em larga escala”.

A Amnistia Internacional está a promover uma petição pedindo às autoridades romenas para que cessem os desalojamentos forçados.

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