Assinalaram-se, este dia 11 de abril, dois anos da detenção de Aleksandra Skochilenko, ativista e artista russa que foi condenada a sete anos de prisão por se opor à invasão da Rússia à Ucrânia. A secção portuguesa da Amnistia Internacional marcou a data com a estreia no país do documentário “Um julgamento tão longo como uma guerra”, da realizadora Anna Rudikova com o apoio da própria Amnistia Internacional. O documentário é sobre o julgamento de Aleksandra Skochilenko foi transmitido no Avenidas – Um Teatro em Cada Bairro. A iniciativa foi gratuita e aberta ao público, tendo participado cerca de 20 pessoas.
Após a visualização do documentário, decorreu uma conversa sobre a repressão de ativistas na Rússia e o estado da liberdade de expressão no país com os ativistas russos Pavel Elizarov e Ksenia Ashrafullina. Houve ainda tempo para respostas às questões do público.
Aleksandra Skochilenko foi detida a 11 de abril de 2022, após ter substituído – a 31 de março de 2022 – as etiquetas dos preços de vários produtos num supermercado em São Petersburgo por papéis com informações sobre o bombardeamento russo ao teatro de Mariupol, na Ucrânia. As autoridades acusaram-na de “disseminação pública de informação reconhecidamente falsa sobre o uso das Forças Armadas da Federação Russa” – um artigo no código penal introduzido pelo governo russo em março de 2022, por forma a impedir que a população russa criticasse a invasão à Ucrânia.
Aleksandra Skochilenko foi detida por ter substituído etiquetas dos preços de vários produtos num supermercado em São Petersburgo por papéis com informações sobre o bombardeamento russo ao teatro de Mariupol
Em Portugal, em novembro de 2022, a secção portuguesa da Amnistia Internacional replicou a mesma ação de ativismo em homenagem a Aleksandra Skochilenko, trocando etiquetas nos supermercados por informações sobre o caso de Aleksandra. A ação decorreu em vários estabelecimentos por todo o país: Lisboa, Almada, Barreiro, Viana do Castelo, Paços de Ferreira, Santarém, Estremoz, Porto, Entroncamento, Oliveira de Azeméis, Odivelas, Ponta Delgada, Queluz, Horta, Sousel, Ferreira do Zêzere e Moimenta da Beira.
Desde a sua detenção, Aleksandra está detida em condições terríveis e tem mesmo passado fome em alguns momentos
Desde a sua detenção, Aleksandra está detida em condições terríveis e tem mesmo passado fome em alguns momentos já que, sendo celíaca, não tem acesso à comida sem glúten de que necessita. Atualmente, a Amnistia Internacional tem a decorrer uma petição onde qualquer pessoa pode juntar a sua assinatura e apelar à libertação imediata a incondicional de Aleksandra.
Fotografias do evento:
Exibição do documentário “Um julgamento tão longo como uma guerra”
Conversa com os ativistas Pavel Elizarov e Ksenia Ashrafullina
Cartaz do evento
Exibição do documentário “Um julgamento tão longo como uma guerra”
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