22 Junho 2016

A campanha global STOP Tortura, lançada pela Amnistia Internacional em 2014, assente em extensa investigação e tema de múltiplas ações de mobilização pública, fecha esta semana em Portugal, na sexta-feira, 24 de junho, com uma mesa redonda organizada em parceria da organização de direitos humanos com o Museu do Aljube-Resistência e Liberdade, em Lisboa.

O evento, marcado para as 18h, assinala também antecipadamente o Dia Internacional de Apoio às Vítimas de Tortura (a 26) e conta com a participação da presidente da Direção da Amnistia Internacional, Susana C. Gaspar, da magistrada e antiga presa política portuguesa Aurora Rodrigues, do músico Hélio Morais (dos Linda Martini e PAUS) – que inaugurou a bateria “Sons da Tortura” da AI numa performance de rua – e também, com um testemunho na primeira pessoa, de Claudia Medina, sobrevivente de tortura às mãos das forças de segurança no México (via Skype). A mesa redonda tem a moderação de Luís Farinha, diretor do Museu do Aljube.

A Amnistia Internacional deu arranque à campanha global STOP Tortura em maio de 2014, com o propósito de combater a crise global de tortura e, ao longo dos últimos dois anos, foi publicada extensa investigação às práticas de tortura em cinco países em particular: no México, em Marrocos, na Nigéria, nas Filipinas e no Uzbequistão.

No Relatório Anual de 2015, a organização de direitos humanos documentou ainda que, naquele ano, mais de 122 países torturaram ou sujeitaram pessoas a maus-tratos sob tutela das forças de segurança; assinalando-se aqui uma ligeira baixa em relação a 2014, quando foi registada tortura em 131 dos 160 países analisados.

A STOP Tortura teve ações de mobilização e de consciencialização pública por todo o globo e foram feitas petições em defesa de vítimas de tortura em vários países, envolvendo mais de dois milhões de pessoas e ativistas no mundo inteiro.

Em Portugal foram desenvolvidas performances com a bateria “Sons da Tortura” em várias cidades, pela mão de grupos da Amnistia Internacional em Lisboa, Leiria, Viana do Castelo e Viseu. A bateria rumou em abril passado para a Fortaleza de Peniche, com um evento em que participaram mais de 150 alunos das Escolas Amigas dos Direitos Humanos, e onde fica em exposição até 28 de agosto, além de ter também uma “encarnação digital” que vive no site sonsdatortura.pt, onde os visitantes são desafiados a interagirem com a bateria. A “Sons da Tortura” foi vencedora em 2015 do conceituado prémio de arte e design Lápis de Grafite (prata) atribuído pela organização D&AD, que distingue anualmente os melhores exemplos de criatividade na comunicação e na publicidade a nível internacional.

Esta campanha global foi tema central em Portugal também em outros eventos, como numa tertúlia em Estremoz, e ainda na ação “Correr contra a Tortura” em que apoiantes, ativistas e grupos da Amnistia Internacional Portugal palmilharam 13.760 km em julho de 2015, quase duplicando o objetivo de representar a distância de Lisboa até ao Uzbequistão, um dos países em destaque nesta campanha global.

 

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