5 Novembro 2025

 

  • Pelo menos 40 pessoas terão sido mortas em ataque com drones nos arredores de El Obeid
  • “Os apoiantes internacionais e regionais das RSF devem exigir que as suas forças respeitem o direito internacional humanitário e garantam a proteção dos civis. Devem também fazer tudo o que estiver ao seu alcance para dar prioridade e reforçar a responsabilização por violações e abusos” – Agnès Callamard
  • Todos os Estados – especialmente os Emirados Árabes Unidos – devem interromper o fornecimento de armas à RSF

 

 

Os civis na região do Cordofão do Sul, no Sudão, devem ser protegidos da intensificação dos ataques das Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês) na área, afirmou hoje a Amnistia Internacional.

As RSF tomaram a cidade de Bara, no norte do Cordofão do Sul, nos últimos dias e intensificaram os ataques nos arredores da cidade vizinha de El Obeid. A 3 de novembro, um ataque com drones terá morto pelo menos 40 pessoas num funeral nos arredores de El Obeid. Além de cercar El Obeid, as RSF também continuaram a sitiar a cidade de Kadugli, no Cordofão do Sul.

“O mundo não pode continuar a virar as costas aos civis no Sudão, especialmente na região do Cordofão do Sul, quando os graves perigos que enfrentam são evidentes para todos. É inconcebível ficar de braços cruzados enquanto pessoas inocentes correm o risco de ser mortas pelos combatentes das RSF. Não pode haver repetição do terrível derramamento de sangue e das atrocidades que vimos nos relatos que surgiram de El Fasher nas últimas semanas”, afirmou Agnès Callamard, secretária-geral da Amnistia Internacional.

“As RSF devem cessar imediatamente todos os ataques contra civis e infraestruturas civis e garantir a passagem segura dos que tentam deixar El Obeid e procurar refúgio noutro local. Todos os Estados que alimentam o conflito no Sudão devem pôr imediatamente fim a esta situação. Os Emirados Árabes Unidos, em particular, devem cessar a sua assistência militar, incluindo o fornecimento de armas, às RSF”, apontou a responsável.

“As RSF devem cessar imediatamente todos os ataques contra civis e infraestruturas civis e garantir a passagem segura dos que tentam deixar El Obeid e procurar refúgio noutro local. Todos os Estados que alimentam o conflito no Sudão devem pôr imediatamente fim a esta situação.”

Agnès Callamard

Agnès Callamard defendeu ainda que “os apoiantes internacionais e regionais das RSF também devem exigir que as suas forças respeitem o direito internacional humanitário e garantam a proteção dos civis. Devem também fazer tudo o que estiver ao seu alcance para dar prioridade e reforçar a responsabilização por violações e abusos”.

Desde que as RSF tomaram o controlo da cidade de El Fasher às Forças Armadas Sudanesas (SAF), a 26 de outubro, surgiram vários vídeos que revelam uma série de assassinatos em massa e ataques a civis.

Numa declaração emitida a 3 de novembro, o Gabinete do Procurador do Tribunal Penal Internacional expressou preocupação com os relatos vindos de El Fasher sobre assassinatos em massa, violações e outros crimes alegadamente cometidos durante os ataques das RSF.

Desde que as RSF tomaram o controlo da cidade de El Fasher às Forças Armadas Sudanesas (SAF), a 26 de outubro, surgiram vários vídeos que revelam uma série de assassinatos em massa e ataques a civis.

“A comunidade internacional – incluindo os Emirados Árabes Unidos, o Conselho de Segurança da ONU, os Estados-Membros da UE, o Reino Unido, os EUA, a Rússia e a China – falhou com o povo do Sudão. Deve exercer pressão urgente sobre a liderança das RSF para que ponham fim aos seus ataques brutais contra civis”, afirmou Agnès Callamard.

A Amnistia Internacional também apela aos organismos regionais relevantes – incluindo a União Africana, a Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento (IGAD), a Organização para a Cooperação Islâmica (OIC) e a Liga Árabe – para que exerçam mais pressão sobre as RSF para que estas ponham fim aos ataques contra civis.

 

Contexto

O conflito em curso no Sudão começou em abril de 2023. Já matou dezenas de milhares de pessoas e deslocou mais de 12 milhões, tornando-se a maior crise humanitária do mundo. As RSF, uma força paramilitar que luta contra as SAF, sitiou El Fasher desde maio de 2024. A 26 de outubro, as RSF afirmaram ter assumido o controlo de partes de El Fasher, a última grande cidade em Darfur sob controlo das SAF. A 27 de outubro, as SAF anunciaram que tinham retirado as suas forças da cidade.

El Fasher era o lar de mais de 1,5 milhões de pessoas, incluindo centenas de milhares de pessoas deslocadas internamente, que fugiram dos combates noutras partes de Darfur no início dos anos 2000 e do conflito em curso. Estima-se que cerca de 260.000 civis ficaram presos na cidade antes dos ataques de 26 de outubro.

A Amnistia Internacional documentou crimes de guerra cometidos pelas RSF e milícias árabes aliadas, que efetuaram ataques étnicos contra os masalit e outras comunidades não árabes no Darfur Ocidental.

A Amnistia Internacional já documentou anteriormente como o conflito no Sudão está a ser alimentado por um fluxo constante de armas para o país, em violação flagrante do embargo de armas existente sobre o Darfur.

 

Perguntas Relacionadas

O que está a acontecer atualmente na região do Cordofão do Sul, no Sudão, segundo a Amnistia Internacional?

A Amnistia Internacional alerta para uma escalada de violência na região do Cordofão do Sul, no Sudão, onde as Forças de Apoio Rápido (RSF) estão a intensificar ataques contra civis. Estes ataques têm causado um aumento significativo de vítimas e deslocados, colocando a população em grave risco.

Quem são as Forças de Apoio Rápido (RSF) mencionadas no artigo?

As Forças de Apoio Rápido (RSF) são um grupo armado envolvido no conflito no Sudão. De acordo com a Amnistia Internacional, este grupo está a levar a cabo ataques crescentes contra civis na região do Cordofão do Sul, agravando a crise humanitária local.

Que tipo de violência está a ser reportada contra os civis no Cordofão do Sul?

O artigo indica que os civis no Cordofão do Sul estão a ser alvo de ataques violentos por parte das RSF, incluindo assassinatos, deslocações forçadas e outras formas de violência que põem em perigo a sua segurança e bem-estar.

Por que é que a proteção dos civis no Cordofão do Sul é considerada urgente?

A Amnistia Internacional destaca que a situação no Cordofão do Sul se agravou devido ao aumento dos ataques das RSF, o que tem resultado num número crescente de mortes e deslocados. A falta de proteção adequada está a exacerbar a crise humanitária, tornando a intervenção urgente.

Que medidas são sugeridas para proteger os civis no Cordofão do Sul?

A Amnistia Internacional sublinha a necessidade de proteger os civis dos ataques das RSF, o que pode incluir pressões internacionais, apoio humanitário e a responsabilização dos autores da violência.

Qual é o impacto humanitário dos ataques das RSF no Cordofão do Sul?

Os ataques das RSF no Cordofão do Sul estão a ter um impacto devastador, com um aumento de vítimas mortais e de pessoas forçadas a abandonar as suas casas. A Amnistia Internacional alerta que esta violência está a agravar uma crise humanitária já existente na região.

⚠️ Este painel de questões relacionadas foi criado com IA mas revisto por um humano.

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