18 Julho 2014

A morte de quase 300 pessoas que estavam a bordo do jacto de transporte de passageiros da Malaysia Airlines, o qual se despenhou numa área de intenso conflito armado no Leste da Ucrânia, tem de ser imediatamente investigada e de forma imparcial e eficaz, insta a Amnistia Internacional.

Ambos os lados envolvidos no conflito têm de cooperar nessa investigação para que sejam determinadas as causas e circunstâncias exatas deste trágico incidente, que ocorreu na quinta-feira, 17 de julho.

“É imperativo que seja posta já em marcha uma investigação no local, levada a cabo por peritos internacionais independentes e com a cooperação total de ambas as partes envolvidas no conflito”, sublinha o vice-diretor do Programa Europa e Ásia Central da Amnistia Internacional, Denis Krivosheev.

Este apelo da organização de direitos humanos é feito uma semana após a publicação de um novo relatório, fruto de uma missão no terreno, em que investigadores da Amnistia Internacional detalham casos de rapto e tortura, assim como outros maus-tratos, infligidos a observadores internacionais, jornalistas e civis na região do Leste da Ucrânia onde o avião da Malaysia Airlines se despenhou.

A zona onde se encontram os destroços do Boeing 777, que levava 298 pessoas a bordo, está sob o controlo de grupos armados separatistas pró-russos.

“Na atual situação no terreno nesta região da Ucrânia, a investigação será um desafio. Para qualquer inquérito ter verdadeiro significado e credibilidade, ambos os lados no conflito têm de garantir que os investigadores poderão agir com total acesso à zona dos destroços e asseverar também a sua segurança”, avançou ainda Denis Krivosheev.

O vice-diretor do Programa Europa e Ásia Central da Amnistia Internacional reitera que a investigação “tem de ter em conta todas as alegações credíveis tanto contra as forças governamentais ucranianas como contra os grupos armados separatistas”. “[A investigação] tem de responder a todas as perguntas relevantes e as suas conclusões têm de ser divulgadas com total transparência”, remata.

 

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