8 Fevereiro 2013

Relatos divulgados pela imprensa estatal dão conta da contratação de um novo carrasco, sete anos após o último se ter aposentado, e após a última execução ter sido levada a cabo.

”Este macabro recrutamento é perturbador e sugere que o Zimbabué não quer fazer parte do movimento global para a abolição desta forma de punição cruel, desumana e degradante”, diz Noel Kututwa, diretor da Amnistia Internacional para a África Austral.

No esboço da nova constituição do Zimbabué, que irá ser votada em referendo nos próximos meses, foram impostas algumas limitações ao uso da pena de morte (por exemplo, não pode ser aplicada a indivíduos que tinham menos de 21 na altura do crime ou mais de 70 anos, nem a mulheres). Apesar de a Amnistia Internacional saudar estas limitações apela a que o uso da pena de morte seja abolido na totalidade, independentente das circunstâncias em que o crime foi cometido.

”A pena de morte é a negação máxima dos direitos humanos. É a forma premeditada de assassinato a sangue-frio de um indivíduo pelo Estado”, diz Kututwa. ”Nós opomo-nos à pena de morte em todos os casos sem excepção”.

A  informação disponível revela que atualmente 76 pessoas se encontram no corredor da morte no Zimbabwé, das quais apenas duas são mulheres.

A Amnistia Internacional têm levado a cabo desde 2009 uma campanha pela abolição total da pena de morte no contexto do processo de elaboração da Constituição e pelo reconhecimento dos direitos económicos, sociais e culturais na nova Constituição.

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