30 Janeiro 2017

A ordem executiva emitida pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, sobre imigração, está a bloquear as pessoas em fuga da violência, guerra e perseguição de obterem refúgio seguro no país – decisão que a Amnistia Internacional considera ter consequências catastróficas.

Em reação àquela decisão, assinada por Trump na passada sexta-feira,27 de janeiro, o secretário-geral da Amnistia Internacional, Salil Shetty, frisa que “alguns dos nossos piores receios sobre a Administração Trump já se concretizaram”. “De uma penada, o Presidente Trump pôs a sua retórica xenófoba de ódio em prática, discriminando pessoas com base tão só na sua religião”, critica.

“A ordem executiva do Presidente Trump bloqueia efetivamente as pessoas que fogem da guerra e da perseguição em países devastados por conflitos, como a Síria, de obterem refúgio seguro nos Estados Unidos. É uma decisão chocante com potenciais consequências catastróficas”, avança o perito da organização de direitos humanos. “Estes homens, mulheres e crianças são vítimas do mesmo terrorismo que o Presidente Trump diz querer combater. A ironia é difícil de acreditar. E é especialmente irónico que os Estados Unidos tenham contribuído diretamente para a instabilidade que em tantos locais está a forçar as pessoas a fugirem”, explica ainda.

Salil Shetty sublinha também que “recusar dar proteção a pessoas que precisam dela não é resposta para a pior crise de refugiados desde a II Guerra Mundial”. “Em vez de bater com a porta na cara de quem não tem nenhuma outra escolha senão fugir das suas casas, a Administração Trump deve lembrar-se que os Estados Unidos são um país construído também e largamente por migrantes e refugiados”.

O secretário-geral da Amnistia Internacional aponta que “esta decisão insensível e infundada pode também abrir um precedente terrível num momento em que há países a tentarem encontrar formas de bloquear os fluxos de refugiados”.

 

A Amnistia Internacional insta, em petição, o Presidente Donald Trump a abandonar o discurso e as políticas de ódio e a respeitar os direitos humanos consagrados na legislação internacional assim como nas leis dos Estados Unidos. Junte a sua voz a este apelo: assine!

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