11 Janeiro 2020

A Amnistia Internacional e outras organizações de defesa dos direitos humanos instam o governo dos Estados Unidos da América (EUA) a encerrar o centro de detenção de Guantánamo, colocando um ponto final a 18 anos de violações de direitos humanos.

“Há pessoas que nunca foram julgadas e ainda estão detidas”

Daphne Eviatar, diretora do projeto Segurança com Direitos Humanos na Amnistia Internacional EUA

“Três presidentes dos Estados Unidos supervisionaram Guantánamo durante estes vergonhosos 18 anos de existência. No entanto, continua aberto, uma vez que há pessoas que nunca foram julgadas e ainda estão detidas”, denuncia a diretora do projeto Segurança com Direitos Humanos na Amnistia Internacional EUA, Daphne Eviatar, que lembra ainda que os detidos envelhecem com “a perspetiva de passar o resto das suas vidas no país e morrer longe das famílias e dos entes queridos que não veem há anos”.

“Já é tempo de Guantánamo fechar portas, de uma vez por todas, e de todos os homens que há muito foram ilibados serem transferidos para países que concordem em recebê-los”, conclui a mesma responsável.

Atualmente, a população prisional de Guantánamo é composta por 40 homens, todos muçulmanos. Vários detidos enfrentam problemas de saúde, resultado de anos de reclusão, tortura e outros maus-tratos. Alguns continuam no campo de detenção, apesar de poderem ser transferidos. Um desses casos é o de Toffiq al-Bihani, preso há oito anos e que continua sem ser julgado.

A prisão permanece aberta, por tempo indeterminado, com base numa ordem executiva assinada pelo presidente Donald Trump.

Ação nas ruas

A Amnistia Internacional EUA preparou, este sábado, uma ação em Washignton, D.C.. Ativistas vão usar fatos de macaco laranja e capuzes pretos para simbolizar as centenas de detidos que foram mantidos em Guantánamo. Um desfile fúnebre, com início na Casa Branca e destino num dos hotéis da cadeia “Trump Hotels”, terá nove caixões para recordar as nove pessoas que morreram no centro de detenção.

Sobre o caso de Toffiq al-Bihani, a Amnistia Internacional EUA vai distribuir postais que, depois, devem ser enviados para o Departamento de Defesa norte-americano.

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