Uma greve de taxistas de três dias que começou em 28 de julho, de que pelo menos 29 pessoas foram mortas, centenas ficaram feridas e mais de 1.200 foram detidas arbitrariamente em Luanda, Huambo, Benguela e Huíla, durante
Em resposta a esses relatos, o diretor regional da Amnistia Internacional para a África Oriental e Austral, Tigere Chagutah, afirmou que “ninguém deve ser morto, detido ou ferido por simplesmente fazer greve”. E acrescentou: “As forças de segurança angolanas devem abster-se de usar força desnecessária e desproporcional durante os protestos e respeitar os procedimentos legais, antes de deter suspeitos de conduta ilegal”.
Para Tigere Chagutah, “as forças de segurança têm a obrigação de garantir a segurança do público e respeitar e proteger os direitos humanos durante as suas operações, incluindo quando lidam com casos isolados de indivíduos envolvidos em saques a lojas e destruição de propriedade”.
“Apelamos às autoridades angolanas para que iniciem prontamente uma investigação independente, exaustiva e imparcial sobre as mortes e ferimentos resultantes desta repressão. Os autores devem ser responsabilizados em julgamentos justos que cumpram as normas internacionais e as vítimas das violações, bem como as suas famílias, devem ter garantida uma reparação abrangente, proporcional à gravidade das violações e aos danos sofridos”, acrescentou.
“As autoridades devem também divulgar informações sobre as pessoas detidas pelas forças de segurança cujo paradeiro continua desconhecido”, concluiu o diretor regional.
Contexto
Os protestos desta semana seguem-se a outros semelhantes convocados pelo Movimento da Sociedade Civil Angolana, nos dias 12, 19 e 26 de julho, na sequência de um aumento do preço dos combustíveis.
Durante os protestos de 12 e 19 de julho, as forças de segurança angolanas responderam com força desnecessária e excessiva, resultando em pelo menos três feridos. Foram também detidas 12 pessoas em Luanda. A Associação Nacional de Taxistas Angolanos (ANATA) apelou a uma greve de três dias com início em 28 de julho de 2025. Foram relatados confrontos violentos com a polícia, atos de “vandalismo” e pilhagens em diferentes partes de Luanda, Huambo, Benguela e Huíla. A 30 de julho, o ministro do Interior, Manuel Homem, confirmou a detenção de 1214 pessoas, 29 mortos e mais de 200 feridos em três dias de greve. No entanto, é provável que nem todas as vítimas tenham sido registadas e que o número de mortos ou feridos seja superior.