26 Outubro 2012

As alegações de um assistente de um membro da oposição do Parlamento russo de que foi raptado na Ucrânia e forçado a regressar à Rússia, onde foi torturado e maltratado, devem ser investigadas.

Leonid Ravozzhayev terá sido interrogado pelo Comité de Investigações da Federação Russa a 22 de outubro de 2012, três dias após o seu rapto na Ucrânia, que ocorreu após ter abordado o gabinete do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados em Kiev para pedir asilo. O rapto deu-se no mesmo dia em que foi colocado numa “lista de procurados” na Federação Russa, relacionada com uma acusação contra ele e dois outros homens, por planear perturbações em massa.
 
“As alegações que Leonid Ravozzhayev foi raptado por agentes do governo russo e sujeito a tortura e outros maus-tratos são extremamente perturbadoras, e a Federação Russa deve assegurar que estas alegações são imediata, profunda, efetiva e independentemente investigadas”, diz David Diaz-Jogeix, Diretor-adjunto do Programa da Amnistia Internacional para a Europa e Ásia Central. “Embora não seja claro o papel da Ucrânia neste acontecimento, este deve ser determinado por uma investigação independente e imparcial”.
 
Através de métodos ilegais de interrogação, foram extraídas confissões a Leonid Ravozzhayev, utilizadas para o incriminar e a Konstantin Lebedev e Sergei Udaltsov, os dois outros homens implicados na acusação.
 
A 22 de outubro, foi anunciado que o Comité de Investigação da Federação Russa iria investigar estas alegações, mas a Amnistia Internacional está preocupada com a possibilidade de esta investigação não ser efetiva e independente, visto que as alegações são contra o próprio Comité.
 
Entretanto, Leonid Razvozzhayev e Konstantin Lebedev viram o seu acesso a advogados negado, tendo sido atribuído um novo advogado a Leonid Razvozzhayev para substituir aquele que tinha sido contratado pela sua família.
 
“A Amnistia Internacional enfatiza que a alegada negação do acesso a advogados constitui uma violação do procedimento criminal russo e do direito dos arguidos a aconselhamento legal da sua escolha. Isto deve ser retificado. Estas ações questionam se as autoridades têm a intenção de julgar Leonid Razvozzhayev, Konstantin Lebedev e outros acusados neste caso, de acordo com os padrões internacionais de julgamento justo”.
 

 

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