- No âmbito das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, a Amnistia Internacional marcou o dia com importantes momentos: uma oficina de cartazes, um espaço dedicado à campanha Protege a Liberdade e distribuição de cravos com os casos desta mesma campanha;
- Os grupos de ativismo da organização estiveram presentes em Lisboa, Coimbra, Estremoz, Leiria, Porto e Viseu, tendo também distribuído cravos com os vários casos da campanha;
O dia 25 de Abril foi marcado pela ação da Amnistia Internacional Portugal em várias zonas do país. Em Lisboa, a organização realizou uma oficina de cartazes relativos à liberdade e apresentou uma exposição dos casos da campanha Protege a Liberdade na Avenida da Liberdade, onde distribuiu cravos com os casos desta campanha. Em Coimbra, Estremoz, Leiria, Porto e Viseu, os grupos de ativismo da organização também participaram nas atividades locais e entregaram cravos com as histórias destas pessoas que, por procurarem usufruir pacificamente da sua liberdade, acabaram privados dela.
Em Lisboa, a Amnistia Internacional Portugal convidou cinco ilustradores para integrar uma oficina de cartazes, que decorreu no Parque Eduardo VII e contou com cerca de 150 participantes. Bina Tangerina, Catarina Sobral, João Fazenda, Marcos Martos e Susana Carvalhinhos celebraram este dia com a partilha do seu talento, ilustrando a liberdade para que ela pudesse descer a Avenida da Liberdade nas mãos das pessoas que desenharam e recriaram os seus cartazes.
No período da tarde, a organização – com a ajuda do grupo de ativismo de Lisboa – marcou presença no tradicional desfile do 25 de Abril com um espaço onde apresentou a campanha Protege a Liberdade e divulgou os casos de pessoas que foram ameaçadas, perseguidas e detidas apenas por usufruirem pacificamente da sua liberdade de expressão e de reunião pacífica. Neste local, estiveram os casos de quatro ativistas angolanos (Adolfo Campos, Gildo das Ruas, Pensador e Tanaice Neutro), do artista afro-cubano Luis Manuel Alcántara, da cabeleireira dos Camarões Dorgelesse Nguessan, do ativista marroquino Nasser Zafzafi, do ativista do Bangladesh Shahnewaz Chowdury e da ativista russa Aleksandra Skochilenko. Para conhecer as suas histórias, foram ainda distribuídos cravos com um breve parágrafo sobre a sua situação e um QRcode para quem quisesse assinar a petição pela liberdade destas pessoas.
Em Coimbra, Leiria e Porto, os grupos de ativismo marcaram presença nos desfiles das suas cidades, tendo também distribuído cravos com as etiquetas de casos da campanha Protege a Liberdade. Em Estremoz, o grupo criou uma instalação artística com cravos, arame e cartazes da campanha, além de ter partilhado igualmente os cravos para dar a conhecer as histórias das pessoas em risco. Para as famílias que quisessem fazer os seus próprios cartazes, o grupo também disponibilizou materiais para que as pessoas pudessem desenhar e escrever as suas mensagens de solidariedade. Por sua vez, em Viseu, o grupo integrou a dinâmica de entrega dos cravos nas suas ações, distribuindo-os antes antes do concerto da Orquestra Juvenil de Viseu, que teve lugar na Aula Magna do Instituto Politécnico da cidade.
Fotografias das atividades da Amnistia Internacional:
Exposição dos casos da campanha Protege a liberdade na Avenida da Liberdade, em Lisboa
Grupo de Coimbra nas comemorações do 25 de Abril
ReAJ Coimbra nas comemorações do 25 de Abril
Grupo de Estremoz nas comemorações do 25 de Abril
Comemorações do 25 de Abril em Leiria
Grupo do Porto nas comemorações do 25 de Abril
Grupo de Viseu nas comemorações do 25 de Abril
Local na Avenida da Liberdade onde a Amnistia Internacional divulgou os casos da campanha Protege a liberdade
Participante na oficina de cartazes em Lisboa
Os casos divulgados:
Adolfo Campos, Gildo das Ruas, Pensador e Tanaice Neutro
Estes quatro ativistas foram condenados a dois anos e cinco meses de prisão e a uma multa de 80.000 Kwanzas, após serem detidos enquanto aguardavam para participar numa manifestação pacífica de solidariedade com os mototaxistas em Luanda. Este caso reuniu 322 novas assinaturas durante a marcha do 25 de Abril.
Luis Manuel Alcántara
Artista afro-cubano, líder do Movimento de San Isidro – um grupo de artistas dissidentes criado para defender o direito à liberdade de expressão em Cuba – que foi condenado a cinco anos de prisão só por exercer o seu direito à manifestação de forma pacífica. Este caso reuniu 197 novas assinaturas durante a marcha do 25 de Abril.
Dorgelesse Nguessan
Cabeleireira dos Camarões que foi detida, em setembro de 2020, quando participava na sua primeira manifestação. Foi condenada a cinco anos de prisão. Este caso reuniu 204 novas assinaturas durante a marcha do 25 de Abril.
Nasser Zafzafi
Uma das principais figuras do movimento marroquino Hirak El-Rif, que exigia que as autoridades marroquinas implementassem mudanças para melhorar as condições socioeconómicas da população. Foi condenado a 20 anos de prisão, apenas por expressar a sua opinião. Este caso reuniu 218 novas assinaturas durante a marcha do 25 de Abril.
Shahnewaz Chowdury
Arrisca a ser condenado a dez anos de prisão no Bangladesh depois de tar feito uma publicação no Facebook onde demonstrava a sua preocupação com o impacto ambiental de projetos como os de uma nova central de carvão construída na sua localidade. Este caso reuniu 259 novas assinaturas durante a marcha do 25 de Abril.
Aleksandra Skochilenko
Jovem russa que substituiu etiquetas dos preços de vários produtos num supermercado local em São Petersburgo por papéis com informações sobre a invasão russa à Ucrânia. Foi condenada a sete anos de prisão. Este caso reuniu 238 novas assinaturas durante a marcha do 25 de Abril.