2 Dezembro 2010

A Amnistia Internacional condenou as autoridades iranianas por terem levado a cabo, na manhã do dia 1 de Dezembro, a execução de Khadijeh Jahed, conhecida como “Shahla”, a esposa temporária de um famoso jogador de futebol iraniano, na prisão Evin no Teerão.
O enforcamento de Shahla Jahed pelo alegado assassinato de Laleh Saharkhizian, a mulher permanente do jogador de futebol Naser Mohamed-Khani, terá ocurrido no dia 1 de Dezembro pelas 5 horas da manhã, hora local, declarou o advogado de Shahla, Abdolsamad Khoramshahi, à agência de notícias IRNA (Islamic Republic News Agency).

“A execução de Shahla Jahed, assim como todas as outras execuções deste tipo, é um exemplo do modo premeditado e desumano como o estado leva a acabo estas mortes, e é particularmente angustiante devido às preocupações de parcialidade do julgamento e das provas produzidas contra a acusada”, declarou Malcom Smart, director da Amnistia Internacional para o Médio Oriente e Norte de África.

De acordo com a agência de notícias Iraniana, ISNA (Iranian Student’s News Agency), o irmão de Laleh Saharkhizan levou a cabo o acto final da execução de Shala Jahed ao pontapear o banco em que esta se apoiava, com o laço da corda à volta do pescoço.

De acordo com a lei iraniana, num caso de homicídio, a família da vítima tem o direito de insistir na execução, e neste caso é autorizada a estar envolvida directamente na mesma, ou perdoar o culpado e aceitar uma compensação (diyeh).

Shahla Jahed foi condenada à morte em Junho de 2004 pelo Tribunal Geral de Teerão, acusada de esfaquear até à morte Laleh Saharkhizan.

Mohammad–Khani foi um proeminente jogador de futebol iraniano, famoso nos anos 80, que se tornou recentemente o treinador do Clube Persépolis, em Teerão.

Apesar de Shahla Jahed ter inicialmente confessado em tribunal o homicídio, retirou mais tarde a sua confissão, afirmando que “todos sabem as condições em que eu confessei”, levantando suspeitas de ter sido coagida, sob tortura, a confessar o homicídio. No entanto, Shahla foi condenada à morte e a sua sentença foi mantida pelo Supremo Tribunal iraniano.

De acordo com a lei iraniana, tanto os homens como as mulheres podem casar de forma permanente ou temporária. O casamento temporário tem normalmente uma duração previamente estabelecida em acordo, realizando-se também o pagamento de uma quantia de dinheiro às mulheres envolvidas. Quando a duração do casamento temporário expira, este é considerado nulo, apesar de poder ser renovado. Os homens podem ter várias mulheres temporárias mas as mulheres podem ter apenas um marido de cada vez. 

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