3 Junho 2022

 

  • Eventos decorrem em cidades como Londres, São Francisco e Seul
  • Ativistas exigem justiça para as vítimas mortais do massacre de Pequim, a 4 de junho de 1989, protestando também contra a proibição da vigília anual de Hong Kong

A vigília anual de Hong Kong, que presta homenagem às vítimas do massacre de Tiananmen, em 1989, na China, será recriada este sábado, 4 de junho, em mais de 20 cidades de todo o mundo, apesar da proibição do evento pelas autoridades governamentais, desde 2020.

O evento anual de Hong Kong durou mais de 30 anos, mas foi proibido desde 2020, o que provocou um aumento da repressão na cidade. A Amnistia Internacional está a organizar várias vigílias e outros eventos por todo o globo – em cidades como São Francisco, Washington, Seul, Taipei, Ulaanbaatar, Sydney, Oslo, Paris, Amsterdão e Londres -, continuando a exigir justiça e mostrando a sua solidariedade para com as vítimas de repressão em Hong Kong.

“Os esforços do governo chinês para apagar a memória da repressão de Tiananmen da história estenderam-se a Hong Kong desde que a lei de segurança nacional foi promulgada na cidade, em 2020. Mas, as atrocidades de 4 de junho de 1989, nunca deverão ser esquecidas”, disse Hana Young, Diretora Regional da Amnistia Internacional da Ásia Oriental.

“Os esforços do governo chinês para apagar a memória da repressão de Tiananmen da história estenderam-se a Hong Kong desde que a lei de segurança nacional foi promulgada na cidade, em 2020”

Hana Young

Durante três décadas, Hong Kong acolheu a maior comemoração do mundo em memória das vítimas do massacre de Tiananmen. Recorde-se que centenas de pessoas – possivelmente milhares – foram mortas quando as tropas chinesas dispararam contra estudantes e trabalhadores que apelavam pacificamente a reformas políticas e económicas, bem como pelo fim da corrupção.

A “Hong Kong Alliance”, entidade que organizava a vigília anual, cancelou a sua atividade em setembro de 2021, em virtude da crescente pressão desde a promulgação da lei de segurança nacional de Hong Kong, em junho de 2020, sendo que alguns dos seus mais altos representantes continuam presos.

“O simples ato de se acender uma vela em memória de Tiananmen tornou-se num crime em Hong Kong, assim como acontece na China há mais de 30 anos. Mas a história não pode ser apagada e o ativismo nunca será silenciado”, sublinha Hana Young.

“Tal como todos os que se solidarizaram com as vítimas de Tiananmen, o resto do mundo está com o povo de Hong Kong para transmitir a mesma mensagem: que a repressão não será tolerada em nenhum lugar”, conclui.

 

Cogrupo sobre os direitos humanos na China realiza vigília em Lisboa

O cogrupo sobre os direitos humanos na China, da Amnistia Internacional Portugal, realiza no sábado, dia 4 de junho, na Praça Luís de Camões, em Lisboa, pelas 19h30, uma vigília de homenagem aos manifestantes pacíficos mortos em Tiananmen, em 3 e 4 de junho de 1989 e de apoio àqueles que continuam a ser perseguidos por pedirem justiça. Esta vigília será também de apoio às pessoas em Hong Kong que estão atualmente a ser perseguidas e detidas por terem organizado vigílias em memória desses trágicos acontecimentos. 

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