20 Janeiro 2011

México

 

“Quero agradecer à Amnistia Internacional e às pessoas de muitos países que trabalharam pela minha libertação”. Foram estas as palavras do mexicano Raúl Hernández à saída da prisão, onde esteve mais de dois anos acusado de homicídio, numa acusação que terá surgido por defender
os Direitos Humanos. Entre as centenas de pessoas que apelaram em seu nome estão muitos portugueses. Obrigada a todos os que ajudaram a libertar mais um prisioneiro de consciência! Foi no número 4 do “Notícias da Amnistia Internacional Portugal” que falámos pela primeira vez de Raúl Hernández, nos Apelos Mundiais. Activista há vários anos pelos Direitos Humanos dos povos indígenas, na Organização do Povo Indígena Me’phaa (OPIM), foi preso a 17 de Abril de 2008 quando passava por um rotineiro controlo militar. Com quatro companheiros da mesma causa, foi acusado do homicídio de Alejandro Feliciano García, que ocorrera a 1 de Janeiro do mesmo ano. Julga-se que o falecido tinha ligações à polícia e ao Exército. Passados 11 meses, os quatro companheiros foram libertados, por falta de provas, e Raúl permaneceu detido, uma vez que duas testemunhas oculares garantiam tê-lo visto. Os testemunhos, de tão parecidos, deixavam adivinhar terem sido preparados e os álibis de Raúl não foram sequer ouvidos.

Uma situação que não surpreendeu os elementos da OPIM, habituados a detenções e condenações injustas. A Amnistia Internacional adoptou o mexicano como prisioneiro de consciência e o seu apelo foi enviado a todo o mundo. Chegou a Portugal sob a forma de postal, publicado nas páginas centrais da revista oficial da secção portuguesa. Várias foram as pessoas que não hesitaram, recortaram o postal e enviaram-no via Correio. E todos juntos conseguimos… A 27 de Agosto Raúl Hernández foi absolvido e com o valor de um selo libertámos mais um activista!

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