4 Março 2019

Foi finalmente restituída a merecida liberdade ao fotojornalista Mahmoud Abou Zeid, conhecido como Shawkan, após 5 anos de uma prisão injusta e com várias violações dos seus direitos.

Contudo, apesar das boas notícias que deveriam terminar com o sofrimento de Shawkan e dos seus familiares e amigos, o fotojornalista ainda enfrenta as medidas da liberdade condicional que implicam que passe 12 horas por dia numa estação da polícia, desde as 6 da tarde até às 6 da manhã, durante cinco anos.

 

Preso por ter feito o seu trabalho 

A 14 de agosto de 2013, Shawkan, na altura com 25 anos, foi preso enquanto fazia o seu trabalho.

Estava a garantir a cobertura mediática de uma manifestação no Cairo e a forma violenta como as forças de segurança a dispersaram. A violenta repressão ficou conhecida pelo “Massacre de Rabaa”, uma vez que entre 800 a 1000 pessoas perderam a vida.

Shawkan foi torturado sob detenção às mãos da polícia, foi interrogado por um procurador sem advogado presente e foi negada à sua equipa de defesa acesso a documentos cruciais relacionados com o caso, o que minou a capacidade para preparar a defesa para o julgamento. Além disso, em detenção, recebeu apenas de forma muito esporádica os medicamentos de que precisava para tratamento de hepatite C.

A condenação à pena de morte foi repetidamente considerada, uma vez que as audiências foram adiadas mais de 50 vezes.

Foi condenado em setembro de 2018num vergonhoso julgamento em massa, de mais de 700 pessoas, a 5 anos de prisão (que já tinha cumprido durante o período de pré-detenção). Recebeu uma pena adicional de 6 meses por não conseguir pagar a multa a que fazia parte da condenação.

Saiu em liberdade condicional a 4 de março de 2019.

 

Obrigada pela vossa ação!

Milhares de pessoas de todo o mundo enviaram apelos para que as autoridades o libertassem. Foi inclusive um caso da Maratona de Cartas de 2016, tendo sido entregues na Embaixada do Egito, em Lisboa, mais de 66 000 assinaturas recolhidas em Portugal nesse ano.

Foi ainda feita uma ação de rua no aeroporto de Lisboa, por ocasião da visita do Presidente egípcio, Abdul Fatah Khalil Al-Sisi, em novembro de 2016.

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