28 Outubro 2020

O Encontro de Jovens Ativistas (EJA) da Amnistia Internacional chega, este ano, em formato online e centrado no impacto da COVID-19 nos direitos humanos. “Vamos explorar esta questão do ponto de vista dos direitos económicos, sociais e culturais, da privacidade, do papel dos Estados e do papel que cada um de nós pode desempenhar, capacitando os jovens para serem defensores de direitos humanos nas suas escolas e nos locais onde vivem”, explica o diretor de Juventude e Educação para os Direitos Humanos da Amnistia Internacional Portugal, Matia Losego.

Organizado entre os dias 27 e 29 de novembro, o evento vai “ultrapassar os obstáculos da pandemia e continuar a ser um espaço de encontro, aprendizagem e ativismo”, esperando juntar até 80 jovens dos 15 aos 24 anos. Matia Losego indica ainda que, através de um “programa mais flexível e variado, constituído por muitas sessões paralelas, os participantes vão poder escolher o que fazer, de acordo com os seus interesses”.

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“O EJA foi um abre olhos, para estar mais atenta em relação a todos os problemas sérios que existem no nosso mundo”

Inês Oliveira, participante

O EJA, que se realiza desde 2000, é um espaço de partilha, aprendizagem e ativismo para jovens que queiram conhecer a Amnistia Internacional e envolver-se na defesa dos direitos humanos em todo o mundo. Desde então, já reuniu cerca de 1700 participantes e, no ano passado, juntou perto de 70, em Santa Maria da Feira. No entanto, devido à pandemia, a edição 2020 será totalmente online.

“Foi como descobrir um mundo novo. Aprendemos a ser ativistas, aprendemos o que é a Amnistia, aprendemos a tolerar, aprendemos a viver com o outro”

Manuel Coutinho, participante

“A atual situação de saúde pública não podia impedir-nos de realizar um dos eventos mais importantes da Amnistia Internacional Portugal. O EJA é, para muitos, onde tudo começa e um chão comum, de partilha, debate e olhar para o futuro. Com esta iniciativa, pretendemos dar mais ferramentas para que os jovens tenham um papel fundamental na construção de uma sociedade melhor”, nota o diretor-executivo da Amnistia Internacional Portugal, Pedro A. Neto.

O mesmo responsável diz que “o EJA está sempre de portas abertas para promover o conhecimento e o debate construtivo, alicerçado em direitos humanos, ainda mais numa altura em que a polarização e os discursos de divisão continuam a estar presentes na esfera pública”.

“É por isso que, mais do que nunca, o ativismo é necessário e a resposta à pandemia de COVID-19, em todo o mundo, relembrou-nos que é preciso agir em defesa dos grupos mais vulneráveis, da justiça e da igualdade”, conclui Pedro A. Neto.

Ao longo dos anos, o trabalho do EJA tem dado frutos através da criação de diversos grupos de estudantes da Amnistia Internacional, núcleos de ativistas, cartas e apelos enviados.

O EJA foi uma experiência única. Falar sobre assuntos sérios, relacionados com os direitos humanos, através de uma abordagem diferente e criativa, foi, numa palavra, maravilhoso. Recomendo a todos os jovens que tenham a oportunidade de participar

Maria, participante

Durante a sétima edição, foi criada a ReAJ – Rede de Ação Jovem Lisboa, que continua a mobilizar dezenas de jovens responsáveis por ações de rua, vigílias, recolhas de assinaturas para petições, atividades de sensibilização em escolas e angariação de fundos. A partir de 2016, o evento, que tinha a designação de Campo de Trabalho, foi reformulado com os olhos postos na maior participação e liderança dos jovens.

“Nem todos nós vamos receber o Nobel da Paz, mas que tenhamos a capacidade de fazer o nosso próprio Nobel numa realidade local, escolar, que possamos fazer a diferença, reagir contra as injustiças e poder contribuir desta forma pequena, mas grande para a construção de um mundo melhor”

Pedro Pereira, participante

Um pequeno grupo de ativistas com ligações prévias à Amnistia Internacional assume a dinamização das atividades no EJA. A equipa executiva da organização também presta apoio.

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