11 Maio 2011

A Amnistia Internacional corroborou no dia 9 de Maio as alegações acerca do uso de minas anti-veículo no porto de Misratah por parte das forças leais ao Coronel al-Kaddafi, à medida que ataques indiscriminados continuam a acontecer naquela cidade libanesa.

O mais recente ataque na área em torno do porto incendiou vários tanques de combustível, privando a cidade de combustível necessário para alimentar os geradores que abastecem de electricidade os hospitais e outras instalações essenciais.

“O uso de minas anti-veículo contra o porto de Misratah torna ainda mais evidente a determinação do regime libanês em isolar os habitantes da cidade do resto do mundo e em negar-lhes a ajuda humanitária de que tanto precisam,” afirmou Donatella Rovera, Conselheira Sénior da Amnistia Internacional.

De acordo com informação corroborada pela Amnistia Internacional, as minas são accionadas por rockets de 122mm de fabrico chinês que rebentam em voo, sendo que cada um espalha oito minas anti-veículo (Tipo 84 Modelo A) sobre uma área grande.

Cada mina está equipada com um pára-quedas que activa o sistema de armação da mina e regula a sua queda até ao solo. Os rockets, que têm um intervalo de vários quilómetros, são disparados por sistemas de lançamento de múltiplos rockets que transportam 24 foguetes.

“Estes ataques constituem uma ameaça contínua para os civis. Estes rockets não podem ser dirigidos a alvos específicos, a sua carga de minas é dispersa por uma grande área, e as minas não conseguem distinguir os civis dos veículos militares por si próprias,” afirmou Donatella Rovera.

Esta é a segunda vez num espaço de uma semana que forças leais ao Coronel al-Kaddafi, utilizam minas para atacar o porto de Misratah. A 29 de Abril, colocaram minas marítimas entre dois a três quilómetros em mar alto e nos arredores de Misratah. A todo o momento continuam a ser disparados foguetes e outros projécteis para o porto e zona circundante, a partir das posições destas forças em torno da cidade.

“Este alvo sistemático de Misratah apenas conduzido por fornecimentos humanitários e pela evacuação de pacientes gravemente doentes e feridos é nada mais nada menos que uma punição colectiva contra a população da cidade,” afirmou Donatella Rovera.

“Os que estão na cadeia de comando do regime Líbio têm de estar cientes que os responsáveis por ataques indiscriminados e castigos colectivos podem um dia ter de responder a acusações de crimes de guerra e crimes contra a humanidade.”

“Tem de se pôr fim imediato aos ataques indiscriminados e ao castigo colectivo e permitir que a assistência humanitária adequada chegue aos civis.”

A protecção garantida pela comunidade internacional à população civil libanesa, inclui a protecção face a castigos colectivos.

A comunidade internacional deve intensificar os seus esforços para pôr fim aos lançamentos de rockets para que cessem os bombardeamentos contra Misratah e garantir a passagem segura, para entrar e sair da cidade, a pessoas e fornecimentos humanitários.

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