9 Novembro 2016

Face ao apuramento dos resultados da eleição de Donald Trump como próximo Presidente dos Estados Unidos, esta quarta-feira, 9 de novembro, a Amnistia Internacional alerta que a retórica venenosa que marcou a campanha não pode tornar-se na política de governação no país e as obrigações de direitos humanos têm de ser reafirmadas e cumpridas, tanto a nível interno como externo.

“O Presidente-eleito [Donald] Trump provocou profunda consternação em muitas questões ao longo da sua campanha e suscitou sérias preocupações sobre a força do compromisso a que podemos assistir no futuro por parte dos Estados Unidos em direitos humanos. Agora, [Trump] tem de pôr tudo isto para trás e reafirmar e cumprir as obrigações dos Estados Unidos em direitos humanos, tanto interna como externamente”, frisa o secretário-geral da Amnistia Internacional, Salil Shetty.

Por seu lado, a diretora executiva da Amnistia Internacional nos Estados Unidos, Margaret Huang, lembra que “no período que antecedeu a eleição desta semana, os Estados Unidos assistiram a uma retórica perturbadora e, em algumas ocasiões, venenosa por parte do Presidente-eleito Trump e outros”. “Esta retórica não pode nem deve tornar-se em política de governação. As declarações xenófobas, racistas e de outras formas odiosas que foram feitas por Trump [durante a campanha eleitoral] não podem existir na governação”, insta esta perita da organização de direitos humanos.

A Amnistia Internacional exorta, assim, o Presidente-eleito Trump a assumir publicamente o compromisso de defender os direitos humanos de todos sem discriminação. “Desde os campos de detenção até ao uso da tortura, já testemunhámos os resultados desastrosos causados quando aqueles que elegemos para nos representar desprezam as obrigações dos Estados Unidos em cumprir e defender os direitos humanos. Todos quantos foram eleitos agora – desde o ramo executivo até aos concelhos municipais – devem lembrar-se sempre destas lições”, remata Margaret Huang.

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